Huambo – A impossibilidade de conter a progressão de 12 ravinas, por falta de dinheiro, ameaça cortar a ligação em várias estradas nacionais que cruzam a província do Huambo e o traçado do Caminho de Ferro de Benguela, constatou a Angop.
Tratam-se das ravinas I e II, localizadas no traçado do Caminho de Ferro de Benguela (CFB), concretamente na comuna do Lépi, município do Longonjo, bem como as situadas em várias estradas nacionais e outra na sede do município do Bailundo, esta perigando várias residências.
O director do Gabinete dos Serviços Técnicos e Infra-estruturas do Huambo, Francisco Neto, disse à Angop que as autoridades da província não têm dinheiro para intervir nas ravinas, incluindo a do bairro Sassonde II, que ameaça destruir vários empreendimentos sociais.
A erosão, com dois quilómetros de extensão e 12 metros de profundidade, em progressão no rio Kamaningã, ameaça engolir ainda parte do perímetro do Aeroporto Albano Machado e está a escassos metros de destruir perto de 22 residências e a linha de transporte de energia eléctrica para a Centralidade do Lossambo.
Afirmou que muitas das ravinas estão em progressão para as zonas fundiárias da província, inviabilizando, deste modo, o Plano Director de muitos municípios.
Segundo Francisco Neto, a intervenção em cada ravina pode custar mais de 250 milhões de kwanzas, devido à sua complexidade, alertando que quanto mais tempo demorar a operação de estancamento, mais oneroso se tornará.
Frisou que apesar de dispor de meios técnicos alocados pelo Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território, a província do Huambo enfrenta dificuldades logísticas e financeiras para pôr as máquinas em funcionamento.
Ainda assim, entre Dezembro de 2020 e Fevereiro deste ano, foram estancadas cinco ravinas no município de Ecunha e melhorados algumas vias secundários no Bailundo, Caála, Chinjenje e Huambo, com financiamento das administrações locais, de acordo com o responsável.
Com uma extensão territorial de 35 mil 771 quilómetros quadrados, a província do Huambo, Planalto Central de Angola, tem uma população estimada em dois milhões e 500 mil habitantes, distribuídos em 11 municípios: Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma.