Benguela – A província de Benguela poderá ganhar mais 231 novas escolas do ensino primário e secundário, a serem construídas a partir de 2024 até 2027, no âmbito dos projectos de iniciativa do Governo local, apurou a ANGOP.
Para este período, o Governo Provincial de Benguela, dirigido por Luís Manuel da Fonseca Nunes, propôs uma carteira de 707 projectos de iniciativa local, sendo 164 em curso, 538 novos e cinco paralisados.
Ao apresentar estes projectos num encontro de auscultação do governador provincial de Benguela com a classe empresarial, na última terça-feira, o director do Gabinete de Estudo e Planeamento do governo local, Manuel Luzolo, estimou em mais de 285 mil milhões de kwanzas o orçamento do conjunto de 707 projectos.
Para além da educação, ainda se destacam os sectores da saúde, construção de edifícios públicos, vias de comunicação, águas e energia, agricultura, bem como o saneamento básico.
Manuel Luzolo disse que, para o sector da educação, a previsão é de construir e apetrechar, até 2027, 231 escolas de sete, 12, 20 e 24 salas.
Esta medida, explicou, terá como impacto a criação de mais de três mil novas salas de aulas, para beneficiar mais de 200 mil alunos em toda a província.
Aponta como meta reduzir para 22 por cento o peso das salas precárias existentes na província de Benguela, que actualmente ascende a 47 por cento, e ainda melhorar a qualidade do ensino e aprendizagem.
Além disso, também anunciou a construção de quadras polidesportivas para o fomento do desporto escolar em todas as escolas a serem erguidas, assim como naquelas que não as possuem.
Saúde
Relativamente ao sector da saúde, diz ser objectivo aumentar as unidades sanitárias em 61 por cento, pelo que se prevê construir e apetrechar cerca de 136 unidades sanitárias.
Entre as novas unidades, figuram dois hospitais regionais, um dos quais previsto para o município do Cubal, para atender a região sul da província de Benguela, incluindo postos e centros de saúde para aproximar os serviços de saúde junto das populações.
Tal incremento, segundo Manuel Luzolo, permitirá o aumento do acesso aos serviços de saúde com qualidade e, com isso, reduzir a mortalidade e a prevalência das grandes endemias.
Outro desafio é melhorar a circulação de pessoas e bens, com a reabilitação ou construção de estradas de terras, para ligar a sede provincial de Benguela às sedes municipais e estas às sedes comunais, bem como às povoações muito habitadas e com grande potencial agrícola.
Quanto à habitação, indicou que a previsão é de construir casas sociais para realojar as famílias que vivem em zonas de risco, concluir projectos paralisados há muitos anos, como a urbanização dos Cabrais e os 200 fogos habitacionais nos municípios.
Sobre o saneamento, o director do Plano do Governo de Benguela sublinhou que se vai continuar a reforçar o sector com a aquisição de vários equipamentos.
Energia e Águas
Manuel Luzolo realçou como desafio ampliar o fornecimento de energia eléctrica nas sedes municipais e comunais, e nos bairros.
Para tal, deu a conhecer que o Governo vai aumentar a produção de centrais térmicas existentes, a construção de centrais híbridas e redes de distribuição de energia.
Com isso, referiu que a expectativa é de aumentar a taxa de electrificação para 90 por cento, na província de Benguela.
No domínio da água, avançou que a meta é elevar a cobertura de 65 para 85 por cento, aumentando a produção e distribuição do precioso líquido às populações.
De acordo com ele, os projectos delineados visam o reforço das captações existentes, construção de pequenos sistemas e furos de águas, e ampliação da rede de abastecimento.
A conclusão da Estação de Tratamento de Águas (ETA) do município do Bocoio e do sistema de captação da urbanização dos Cabrais, na Catumbela, consta dos projectos, como assinalou.
Sector produtivo
Na proposta de orçamento da província para 2024-2027, Manuel Luzolo elencou a agricultura, nomeadamente o apoio às cooperativas organizadas em termos de imputes para o fomento da actividade agrícola, sobretudo familiar.
A meta é garantir a auto-sustentabilidade das cooperativas, para a transição da agricultura de subsistência para a empresarial.
Além do fornecimento de equipamentos e insumos, a reabilitação dos perímetros irrigados e a construção de Estações de Desenvolvimento Agrário (EDA’s) fazem igualmente parte do programa governamental.
Em relação à proposta orçamental para 2024 e 2027, o governador de Benguela justificou a prioridade dada à educação, saúde, vias de comunicação, energia e águas, por serem sectores-chave para o desenvolvimento de uma sociedade.
Para Luís Nunes, com mais água, energia e melhores vias de comunicação, o governo vai cativar a classe empresarial para investir na província de Benguela. JH/CRB
