Ondjiva – A administração municipal do Cuanhana, província do Cunene, está a trabalhar na identificação de lugares ideais, para a colocação de novos pontos de travessia, enquanto decorrem os trabalhos de acabamento do canal do Cafu.
Segundo o administrador municipal do Cuanhama, José Kalomo, a necessidade da instalação de novos pontos de travessia, visa evitar que os cidadãos atravessem em locais impróprios, colocando em perigo as suas vidas.
Disse que a medida, visa igualmente, dimuir a distância a que os cidadãos percorrem actualmente, para chegar às travessias existentes.
Fez saber que actualmente, as pessoas percorrem mais de um quilómetro de distância para chegar às travessias, enquanto, para veículos, a distância é de cinco quilómetros.
Para se evitar estas distâncias, a população colocou travessias improvisadas, feitas de paus, o que constitui perigo, visto que o canal tem um metro e 50 centímetros de profundidade e três de largura.
Realçou que decorre um trabalho de sensibilização, em colaboração com as autoridades tradicionais, para evitar que os cidadãos utilizem travessias impróprias, acrescentando que o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros no Cunene já registaou a morte de quatro pessoas no canal, sendo três crianças e um adulto.
Por sua vez, o Rei de Ombala-Ya-Nalueque, no município de Ombadja, Mário Satipamba, apelou à população a colaborar com as autoridades, utilizando às travessias seguras.
“Pedimos aos pais para dialogarem constantemente com os filhos, a fim de esses não nadarem nas chimpacas e no canal, bem como evitarem atirar objectos estranhos, uma vez que a água é para o consumo humano e dos animais”, sublinhou.
Com uma extensão de 160 quilómetros de canal aberto, 30 chimpacas e igual número de travessias para facilitar a mobilidade da população, gado e viaturas, o canal do Cafu foi inaugurado no dia 4 de Abril pelo Presidente da República, João Lourenço.
As chimpacas contam com 100 metros de comprimento, 50 de largura, cinco a seis de profundidade, e a capacidade de armazenamento de água vária de 25 a 30 mil metros cúbicos.
É o primeiro de um lote de cinco projectos do Governo angolano, criado no quadro do programa de acções estruturantes de combate à seca naquela região, que vai beneficiar 235 mil pessoas dos municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde.
Avaliado em 44 mil milhões, 358 milhões e 360 mil 651 kwanzas, o canal vai permitir ainda o abeberamento de 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.
Decorrem, há 17 dias, as obras de ampliação de cinco quilómetros do canal do Cafu e mais uma chimpaca até à localidade de Onamulo-ya-Kanguile, já a 15 por cento de execução física, para que até Julho próximo sejam entregues.
Em Outubro de 2021, a província do Cunene lançou a primeira pedra para a construção das barragens de Calucuve e do Ndué, nos municípios de Cuvelai e Cuanhama, dois projectos estruturantes de combate à seca na região.
Em Julho deste ano, está previsto o início das obras da Barragem da Cova do Leão, no município da Cahama, no âmbito dos projectos estruturantes de combate à seca na margem direita do rio Cunene.