Huambo – O Rei do Bailundo, Tchongolola Tchongonga “Ekuikui VI”, enalteceu hoje, domingo, na cidade do Huambo, o engajamento da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA) na promoção e resgate dos valores morais, éticos e culturais.
O soberano, que falava durante o culto de acção de graças pelo final de ano, decorrido no Pastorado Centro Peregrinos da IECA, disse que a igreja tem demonstrado total disponibilidade na promoção da cultura de paz e no resgate dos valores morais e éticos que, também, constituem o foco de actuação do Reino do Bailundo.
“Na verdade, existe um casamento, entre a Igreja, o Reino do Bailundo e o Governo da província do Huambo, pois todos convergem na promoção, valorização, preservação e divulgação de mensagens sobre a necessidade da união dos povos, da salvaguarda da identidade cultural e da recuperação dos hábitos e costumes”, enfatizou.
Segundo o Rei Ekuikui VI, numa altura o amor e a solidariedade se encontram em decadência, sobretudo, na cultura Ovimbundu, é importante a igreja esteja bem, de modo a existir saúde espiritual na sociedade, para evitar o imediatismo, pois tem havido algumas pessoas que se têm deslocado para a Ombala do Bailundo a pensar que, talvez lá, exista uma força que lhes faça ascender, rapidamente, do ponsto de vista profissional e financeiro.
“Não existe outra força para o efeito, senão a que vem de Deus (…)”, rematou o Soberano, alertando que os caminhos negativos, como os quimbandeiros e feiticeiros, com o objectivo de ter uma vida fácil, têm sempre uma grande consequência.
Com uma corte constituída por 37 membros, o Reino do Bailundo surgiu durante o reinado de Ekuikui II, de 1876 a 1890. Mas, foi o Rei Katyavala I que fundou o mesmo, vindo das terras do Cuanza Sul com a sua família, quando habitou nas cercanias das montanhas de Halavala.
Em breves declarações, a governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, disse que o Governo local tem uma relação saudável, do ponto de vista social e espiritual, com todas as igrejas reconhecidas pelo Estado angolana, daí o facto de ter se deslocado ao Pastorado dos Peregrinos da IECA, a fim de agradecer pelas “bênçãos” do ano findo e receber orientações divinas para 2024.
Por sua vez, o líder do Pastorado Centro Peregrinos, pastor José Goioma, disse que a presença da governadora Lotti Nolika e do Rei do Bailundo tem um significado bastante elevado, pois que o povo precisa sentir das autoridades governamentais, eclesiásticas e tradicionais, a fim de buscar inspiração em prol do bem-estar comum.
Disse ser um acto bastante nobre, que reflecte um dos grandes desideratos do Executivo angolano, baseadas na governação de proximidade.
Clarificou que a igreja dirige o povo, do ponto de espiritual, enquanto o governo se ocupa da componente administrativa e as autoridades tradicionais, na vertente cultural, porém convergem nas estratégias para a edificação de uma sociedade de valores e de justiça social.
Com cinco sínodos locais: Bailundo, Caála, Dondi, Elende e Huambo, a IECA conta nesta província com 79 pastores, num total de 122 pastorados, mil 187 congregações, mil 199 diáconos e diaconisas, mil 187 catequistas, num universo de 215 mil 614 fiéis, com templos em todos os municípios desta parcela do país.
Instalou-se em Angola a 11 de Novembro de 1880, por via dos missionários da junta americana de missões: Bagster, William Henry Sanders e Samuel Taylor Miller, que, curiosamente, à chegada no município do Bailundo, província do Huambo, foram recebidos pelo Rei Ekuikui II.
Foi reconhecida pelo Governo Angolano a 24 de Janeiro de 1987, sob o Decreto Executivo nº 9/87 e, sob o Registo nº 1, de 24 de Outubro de 2005 do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. ALH