Lobito – Um considerável bando de flamingos, jamais visto há mais de duas décadas no Lobito, província de Benguela, está a repovoar os mangais daquela cidade, encantando transeuntes e automobilistas, tanto nacionais como estrangeiros.
Considerado o ícone daquela localidade, a população regozija-se ao contemplar as aves, manifestando a esperança da cidade reconsquistar o slogan, “Lobito, sala de visitas de Angola”.
Entrevistado pela ANGOP, esta segunda-feira, o coordenador da Associação dos Amigos do Ambiente (ADAMA), Joaquim Pedro Teixeira, afirmou que trata-se do ciclo migratório das aves, que acontece neste período, tendo em conta o abrandamento das correntes frias de Benguela.
Fez saber que as acções de requalificação da cidade realizadas pelo Governo Provincial, que contempla a limpeza das valas de drenagem, anteriormente obstruídas, também têm influêncido no regresso das aves aos mangais em maior quantidade.
Joaquim Teixeira disse que os mangais ainda não estão em condições de atribuir o conforto natural das aves, devido a poluição causadas pelas águas residuais e o lixo ali depositado.
Referindo-se a algumas acções ilegais naquelas águas, tais como a pesca praticada principalmente por jovens usando redes, afirmou que as organizações ligadas ao ambiente em conjunto com a Administração local, têm introduzido algumas regras, com destaque para a fiscalização, por forma a evitar a “agressão dos mangais”.
Os flamingos são aves pernaltas, de bico encurvado, que medem entre 90 e 150 cm, com uma coloração branca e cor-derosa, resultado da sua alimentação, rica em carotenos, que são pigmentos localizados em algas e camarões e outros elementos existentes no mangais.
Além deles, existem nos mangais do Lobito, outras espécies de aves migratórias, como o pelicano, o pernilongo, a garça branca, o corvo marinho, o pica-peixe malhado o marreco do cabo e o pato assobiador.