Luanda- O director da associação Moisako, frei Júlio Candeeiro, apelou, nesta quinta-feira, a sociedade a cultivar o hábito de denúncia dos actos de violência doméstica.
O responsável, que falava à imprensa, no final de uma audiência que lhe foi concedida pelo ministro do Interior, Eugénio Laborinho, disse ser fundamental combater a cultura do silêncio, em particular nas mulheres.
De acordo com o director, um estudo realizado pela associação entre 2019 e 2020, em cinco províncias do país, constatou-se que 53 por cento das mulheres vítimas de violência doméstica não recorrem a nenhuma instituição para denúncia.
Adiantou que o estudo realizado em 15 municípios das províncias do Uíge, Luanda, Benguela, Huambo e Huíla aponta questões religiosas, sociais, políticas, entre outros, como factores que inibem a cultura da denúncia.
Fez saber, por outro lado, que recebeu informações da existência no Ministério do Interior de um órgão especializado para o tratamento de casos ligados ao género, faltando, no entanto, uma maior divulgação para encorajar a denúncia de casos de violência doméstica.
O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, considerou a associação Mosaiko um parceiro social no quadro da implementação de políticas que visam o exercício da cidadania e o resgate dos valores morais e cívicos.
Eugénio Laborinho reconheceu o papel relevante da referida associação no âmbito da promoção e respeito pelas liberdades e garantias fundamentais.
A Associação Mosaiko " Instituto para a Cidadania", é uma organização angolana sem fins lucrativos, que visa contribuir para uma cultura de direitos humanos em Angola. Fundado em 1997, pelos Missionários Dominicanos (Ordem dos Pregadores – Igreja Católica).