Ondjiva – Trinta e oito sapadores do Centro Nacional de Desminagem (CND), no Cunene, estão a participar desde hoje, sexta-feira, em Ondjiva, de uma formação sobre técnicas de remoção de engenhos explosivos.
A formação de 19 dias, visa aumentar os conhecimentos e as habilidades dos especialistas de desminagem, para melhor eficácia na remoção dos engenhos explosivos de vários tipos.
Estão em abordagem temas sobre conferência do pessoal de desminagem, práticas de remoção de minas no campo, métodos de limpeza segurança no local de trabalho, métodos de limpeza e marcação de uma área minada.
Depois da pausa nos trabalhos, os sapadores cada ano, passam por um treinamento, informou à ANGOP, o chefe de Secção de Administração e Serviços Gerais do CND, Francisco Sebastião.
Com a formação, explicou, estarão em altura de fazerem o levantamento topográfico, recolha de informações, engenhos explosivos, e marcação de uma área de risco, com mais segurança.
“A situação de minas na província, constitui preocupação, o que requer uma aposta séria na desminagem das zonas suspeitas, daí que os especialistas devem estar preparados para enfrentar o desafio”, referiu.
Francisco Sebastião recordou que 48 minas anti-tanques TM-57, de fabrico soviético, foram, na última quinta-feira, removidas de um campo agrícola de cerca de quatro hectares, na localidade de Omundjoi, em Ondjiva, no Cunene.
Historial de minas no Cunene
Na comuna da Môngua, em Fevereiro de 2022, três pessoas da mesma família que trabalhavam numa lavra morreram e duas ficaram feridas, vítimas de uma mina anti-tanque.
Em 2020, outras cinco pessoas morreram vítimas da explosão de uma mina anti-tanque, quando circulavam numa picada a caminho de casa, a bordo de uma moto de três rodas.
Durante o ano findo, foram recolhidos e destruídos no Cunene cinco mil engenhos explosivos, entre mina anti-pessoal, minas de morteiro 82mm, morteiro 60, granadas de mão e munições diversas
No Cunene existem 32 zonas suspeitas de minas, nos municípios do Cuanhama (11), Cahama (10), Cuvelai (seis), Ombadja (quatro) e Curoca (uma), que correspondem uma área total de um milhão, 719 mil e 355 metros quadrados.
Actualmente a província conta com três operadoras de desminagem, concretamente a Brigada das Forças Armadas Angolanas, Polícia de Guarda Fronteira e o Centro Nacional de Desminagem (CND).