Luanda - Oitocentos e vinte e duas denúncias de violência doméstica foram registadas, de Janeiro a Novembro do corrente ano, pelo serviço “SOS” da linha 15020, informou nesta segunda-feira, em Luanda, a secretaria de Estado para a Família e Promoção da Mulher, Alcina Lopes Kindanda.
Segundo a secretária de Estado, que apresentava os dados na VI conferência sobre a mulher e a violência no género, 593 denúncias foram de violência contra a mulher.
Informou que o Centro de Aconselhamento recepcionou 1.288 casos, dos quais 1.140 de violência contra a mulher.
Em 2022, os Centros de Aconselhamento Familiar atenderam 8.348 casos de violência doméstica, em 11 províncias, sendo 2.105 praticados contra homens e 6.243 contra mulheres.
Para si, a violência contra a mulher e a menina constitui um tema preocupante que tem merecido a máxima atenção do Executivo, com o apoio e a colaboração dos parceiros sociais.
“Estamos diante de um problema público que impacta negativamente a vida de muitas crianças e mulheres, ao ponto de ceifar vidas humanas e desestruturar famílias”, disse.
Violência contra a criança
Durante a conferência, a secretaáia de Estado fez saber que este ano o Instituto Nacional da Criança registou, através da linha 15015 - SOS Criança, 13.055 casos de violência doméstica contra a criança.
No ano passado, o INAC atendeu, nesta mesma linha, 17.725 casos de violência contra a criança, incluindo denúncias de fuga a paternidade, com 4.755 casos, agressão física (1.720), abuso sexual (993) e violência psicológica (1.434).
Por sua vez, a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas de Angola, Zahira Virani, referiu que a violência contra as mulheres e meninas continua a ser uma das violações dos direitos humanos mais frequentes e generalizadas no mundo.
Disse que, apesar de muitos países terem aprovado leis para o combate a esse flagelo, a fraca aplicação continua a ser um problema profundo.
Estimou que em 736 milhões de mulheres, no mundo, uma em cada três tem sido sujeita a violência física e sexual, pelo menos uma vez na vida.
Para si, Angola regista a mesma cifra, onde os actos de violência mais comuns incluem o assédio sexual, a violência física, emocional e socioeconómicas.
Reiterou o apoio ao Governo de Angola, na prevenção e erradicação de todas as formas de violência.
O encontro serviu para reflectir sobre os ganhos e desafios da prevenção a violência doméstica, a protecção das vítimas, bem como reforçar o sentido de harmonia e de estabilidade das famílias.
Com duração de um dia, o evento se enquadra na jornada dos 16 dias de activismo contra à violência doméstica. EVC /OHA