Luanda - O Comité Nacional da Mulher Sindicalizada (CNMS) reiterou nesta sexta-feira, em Luanda, a luta contínua na materialização de uma sociedade justa e equitativa, onde as mulheres têm igualdade de direitos, deveres e oportunidades.
Para esta materialização, o comité identificou um conjunto de soluções que passam a criar de forma transversal a igualdade de género na acção sindical, capacitação de mulheres líderes sindicais e potenciar as oportunidades de liderança das mulheres.
Do mesmo modo, vai promover a mudança de atitudes e normas, desconstruindo os estereótipos de género, adoptar e implementar políticas e legislação que erradiquem todas as formas de violência contra as mulheres e promover a participação destas na política sindical.
Para a presidente do CNMS, Nfinda Virgínia, que falava no acto de abertura da jornada da mulher africana (31 de Julho), os líderes e as organizações sindicais estão actualmente muito mais conscientes e preocupados sobre a necessidade de agir de forma sistemática para igualdade entre homens e mulheres.
Nesse sentido, referiu que a discriminação positiva é ainda a forma mais construtiva de garantir às mulheres um ambiente de igualdade de oportunidades.
O conceito de discriminação positiva permite discutir as políticas públicas que, baseadas em uma igualdade formal ante a lei, têm contribuído para fortalecer as desigualdades reais entre grupos sociais.
Fez saber que a nível global, as mulheres ainda tendem a ser bloqueadas no acesso à posição de liderança, onde o género muitas vezes parece ter mais relevo que a capacidade.
Acredita-se que o processo de formalização da economia informal para formal irá permitir captar um elevado número de mulheres que exercem actividade económica, mas que até aqui não eram devidamente atendidas pelos indicadores formais e pelas instituições públicas e financeiras.
Ao mesmo tempo, mostrou-se confiante que o processo de bancarização irá igualmente beneficiar as mulheres, que são um eixo importante para o sustento de um número significativo de famílias, com a bancarização, bem como o acesso a diversos produtos financeiros, com destaque para o crédito que exerce um papel multiplicador, seja no meio rural ou urbano.
Vêm igualmente a oportunidade de poupança que confere melhor resiliência ao orçamento familiar, quando bem gerido.
O dia da mulher africana instituído a 31 de Julho de 1962, em Dar-Es-Salaam, Tanzânia, por 14 países e oito movimentos de libertação nacional, na Conferência das Mulheres Africanas.
A efeméride continua a ser lembrada, pois, no continente africano, o panorama da mulher continua trágico, apesar de pouco a pouco começarem a aceder a uma independência económica e a cargos de decisão e de poder.