Sistema de cobrança de água deixa consumidores descontentes

     Sociedade           
  • Cunene     Sexta, 23 Abril De 2021    13h37  

Ondjiva - Os clientes da Empresa de Águas e Saneamento na província do Cunene, manifestaram-se, nesta sexta-feira, descontentes com o novo sistema de facturação e cobrança de água, implementado desde Outubro de 2020.

Os moradores sentem que o Plano Tarifário da Água Potável, aprovado pelo Decreto Executivo nº230/12, não está a ser aplicado de forma correcta, associando a má leitura da dosagem a nível dos contadores.

Face a situação, diariamente, além dos consumidores que ocorrem a instituição para efectuar o pagamento das contas, outros vão  solicitar explicações da razão da subida vertiginosa da tarifa doméstica, que em vários casos atinge entre os 20 a 90 mil kwanzas, mesmo sem ter dívidas acumuladas.

Muitos clientes encontram respostas sobre o valor das cobranças, mas grande parte  sai insatisfeito, uma vez que os técnicos em serviço nunca estão amplamente capacitados para esclarecer com rigor os procedimentos que ditam as tarifas.

Interpelados pela Angop, os consumidores criticam esta modalidade, uma vez que, as contas vão oscilando e, às vezes, de forma assustadora.

O cidadão José do Rosário diz não compreender este novo aumento, pois em Janeiro teve que pagar 27 mil para evitar a multa, caso lhe fosse cortado o abastecimento.

Por seu turno, Adolfo dos Santos afirmou que já chegou a ter notas de cobranças mensais que excederam os 44 mil kwanzas, numa casa com apenas quatro integrantes, dois dos quais menores.

“Pedimos a intervenção dos ministérios das Finanças e da Energia e Águas, assim como do Instituto de Defesa do Consumidor, para que se inverta a situação”, desabafou.

Adelaide Mualimussi, com apenas dois indivíduos em cas,  considera um “absurdo” os valores tão altos que paga, acrescentando a necessidade da implementação do sistema pré-pago de água, visando o pagamento real do consumo.

Luísa Henriques disse estar estupefacta com a factura de 98 mil, alertando aos técnicos a serem justos na leitura real dos contadores e evitar o processo de facturação por estimativa.

“Com o actual custo de vida, esse é um  problema que está a deixar-nos bastante agastados”, disse.

Contactado o Presidente do Conselho de Administração da empresa, Domingos Agostinho, admitiu haver constantes litígios relacionados com o processo de facturação, realçando que em muitos casos deve-se a falta de consciencialização do pagamento do consumo de água.

De acordo com o PCA , com o actual processo muitos consumidores não estão adaptados, realçando que decorre uma campanha de sensibilização sobre o novo processo de facturação.

Apontou também a acumulação das mensalidades, a situação de roturas internas no sistema de canalização, como sendo factores que muitas das vezes ditam os valores avultados das facturas.

Entretanto, apelou estes clientes a dirigirem-se à empresa para negociarem as normas e modalidade de pagamento, que pode ser de forma faseada.

Relativamente à necessidade da implementação do sistema pré-pago, disse estar ser acautelado, pois decorrem contactos com uma empresa sul-africana, para aquisição de contadores que, de certa forma, irá resolver este litígio.

A estratégia da empresa, prosseguiu, passa pelo reforço do controlo das cobranças e facturação, por ser um serviço que permite ao cliente pagar simplesmente o que consome, tal como acontece com o sistema de energia eléctrica, evitando, deste modo, as estimativas na hora da cobrança.

Plano tarifário

De acordo com o novo plano tarifário, na categoria doméstica social, a cobrança de consumo é de zero a cinco metros cúbicos, para habitações com famílias de baixa renda, tendo uma tarifa fixa de 109 kwanzas e 200 da tarifa fixa mensal.

A nível da categoria doméstica-escalão 1, a tarifa variável do consumo dos cinco a dez metros cúbicos seria de 143 kwanzas, para a fixa mensal chegar aos 250 kwanzas.

Para o caso do doméstico-escalão 2, que tem a ver com os superiores aos dez metros cúbicos, em que a tarifa variável é de 158 kwanzas e a fixa mensal é de 350 kwanzas.


Além desses dois escalões, o diário esclarece que há o consumo comércio e serviços com taxa variável de 194 e fixa mensal de 1050 kwanzas, indústria com 203 de tarifa variável e fixa de 1.575 mensal.





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