Ondjiva – Os reis de Oukwanhama e de Onalueque, em Ombadja, província do Cunene, destacaram, esta segunda-feira, em Ondjiva, os benefícios do canal de transferência de água do Rio Cunene, a partir da região de Cafu até Namacunde.
Com uma extensão de aproximadamente 157 quilómetros de canal aberto e um conjunto de 30 chimpacas, o Canal do Cafu vai abastecer água para o consumo às populações e o gado, dos municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde
Em declarações à ANGOP, o rei de Oukwanhama, Jerónimo Haleinge, disse que o projecto representa um grande alívio no que diz respeito ao abastecimento da água às populações.
Referiu que, com este projecto, as populações beneficiárias dos três municípios terão mais água para o consumo, para o abeberamento do gado e a prática da agricultura, contribuindo para o combate à fome provocada pela seca.
O soberano lembrou que a seca é um problema secular, que tem estado a afectar, de forma repetida, milhares de famílias, a produção agrícola e a provocar a morte de gado bovino, como ocorreu em 2011 e 2019, por falta de projectos estruturantes de abastecimento de água.
Para o rei de Oukawanhama, faltava ao homem fazer a sua parte como aconteceu agora com o canal do Cafu, que veio resolver este problema nas comunidades.
Jerónimo Haleinge felicitou o Executivo liderado pelo Presidente, João Lourenço, pela execução deste e outros projectos estruturantes, em curso na província.
Por seu turno, o rei de Ombala – Ya - Nalueque, Mário Satipamba, considerou a construção da captação de água do Cafu uma solução bem pensada e acertada, por inverter o quadro vivido pelas famílias quando se regista escassez de chuva na região.
O soberano afirmou que a inauguração do canal é uma marca indelével que entra para a história do povo do Cunene, e em particular para a população da comuna de Ombala Yo Mungo, que chegava a percorrem entre 30 a 70 quilómetros até o rio Cunene para encontrar água.
“O ganho demonstra o empenho do Presidente da República em resolver os problemas das comunidades, particularmente no que diz respeito a água, que é um bem essencial para a vida”, sublinhou.
Mário Satipamba pediu aos munícipes no sentido de cuidarem bem desse ganho, não permitindo que seja vandalizada.
Já a soba grande da comuna de Namacunde, Tiopolina Sinedima, enalteceu a visão do Executivo angolano, depois de várias décadas de seca.
A construção do sistema de transferência de água do Rio Cunene, a partir da região de Cafu, até Shana, nas áreas de Cuamato e Namacunde, arrancou em Novembro de 2019.
Estão igualmente em curso, desde Outubro de 2021, na província do Cunene, a construção das Barragens de Calucuve e do Ndué, nos municípios de Cuvelai e Cuanhama, dois projectos estruturantes de combate à seca na região.
Está prevista para Julho deste ano o arranque das obras de construção da Barragem da Cova do Leão, no município da Cahama, no âmbito dos projectos estruturantes de Combate aos efeitos da seca na margem direita do rio Cunene.