Luena – Mais de uma centena de pessoas manifestou-se sábado, nas ruas da cidade do Luena (Moxico), contra a falta de condições sociais na província.
Durante a manifestação, iniciada no Cine Luena e terminada no Palácio do Governo Provincial, os manifestantes, todos membros da sociedade civil, exigiram a construção de estradas, centralidade e o aumento da oferta de emprego.
Em declarações à ANGOP, o activista cívico e organizador do protexto Nelson Mucazo disse que o acto visou despertar, entre os vários assuntos, a atenção do Executivo na melhoria das vias de comunicação, factor que tem impedido o crescimento da província.
A província do Moxico não possui nenhuma centralidade, havendo, no entanto, um projecto habitacional de construção de três mil apartamentos, cujas obras estão paralisadas há quatro anos. As autoridades previam o reinício dos trabalhos em Janeiro de 2020, o que não aconteceu.
Relativamente ao desemprego, o governo disponibilizou, até ao momento, dois milhões de Kwanzas para apoiar os jovens do Moxico na compra de material, com vista a criar o seu próprio emprego, no quadro do programa de Acção para a Promoção da Empregabilidade (PAPE).
No âmbito do Fundo Activo de Capital de Risco Angolano, o governo alocou quatro mil milhões de Kwanzas, para auxiliar empreendedores que actuam no sector formal e informal da economia na província.
A província tem apenas cerca de 600 quilómetros de estradas asfaltadas, equivalente a 16 por cento das vias, dos três mil e 477 que compõem a região.
O governo justifica que a crise económica inviabilizou a construção da estrada EN 250, que liga as cidades do Luena (Moxico) e Cuito (Bié), num percurso de mais de 300 quilómetros, uma das importantes vias para acelerar o crescimento local.
Outra opção é a EN 230, actualmente em estado avançado de degradação, que passa por Malanje/Lunda Norte, Lunda Sul e termina no Moxico, com a retoma das obras a depender do abrandamento das chuvas que caem na região.