Soyo – A sede municipal do Soyo, província do Zaire, assinala esta terça-feira, 5 de Abril, 48 anos desde a sua ascensão a categoria de cidade, com olhos postos na construção e reabilitação de diversas infra-estruturas sociais e económicas.
A antiga vila de Santo António do Zaire, nome em que os colonizadores portugueses haviam atribuído, foi elevada a categoria de cidade no ano de 1974, através da portaria nº322, da antiga administração colonial.
De lá para cá, a cidade petrolífera do Soyo, banhada pelo oceano atlântico, conheceu melhorias significativas nos mais variados domínios da vida social e económica, embora muito ainda falta por se fazer para proporcionar melhores condições de vida aos seus habitantes.
O administrador municipal adjunto do Soyo para a área política, social e da comunidade, José Suca Londa, em declarações hoje à imprensa, destacou alguns projectos sociais que a administração municipal tem vindo a implementar para melhorar a qualidade de vida dos habitantes locais.
Além das acções da administração local, disse, o município petrolífero do Soyo tem sido contemplado pelo Executivo com projectos estruturantes de grande impacto social e económico.
Mencionou o surgimento da Escola Superior Politécnico e do Instituto Superior Nimi-a-Lukeni, que têm ministrado cursos em áreas de engenharias, ciências sociais e económicas. Essa realidade, como disse, permitiu a contenção de fuga massiva de quadros, que anteriormente era notável na região.
Falou do crescimento da indústria extractiva, com destaque para a exploração do petróleo em terra e no mar, assim como da imponente fábrica de Gás Natural Liquefeito (LNG), que proporcionaram consideráveis postos de trabalho para a juventude local.
Saúde
A capacidade de internamento de pacientes na principal unidade sanitária do município do Soyo vai passar de 150 para 230 camas com a conclusão das obras de reabilitação e ampliação desta infra-estrutura sanitária.
Financiadas pela petrolífera Angola LNG, as obras deste empreendimento hospitalar comportarão, entre outros, serviços de RX, ortopedia, laboratório, maternidade e cirurgia.
A administração municipal do Soyo, disse, está também engajada na expansão dos serviços de saúde ao nível dos bairros, aldeias e comunas do município para aproximar este bem junto da população.
Destacou a entrada em funcionamento de um posto de saúde e um centro materno-infantil na urbanização de Kinganga Mavakala, periferia da cidade do Soyo.
Em curso estão as obras de reabilitação dos postos de saúde das comunas da Pedra de Feitiço, Quêlo e Sumba, com capacidade de internamento de quatro, seis e sete camas, respectivamente.
Energia e água
O sector energético conheceu um crescimento considerável nos últimos anos no município do Soyo com a construção da central do Ciclo Combinado.
A cidade passou de 5.4 MW para uma capacidade instalada de 63 MW, dos quais apenas 15 MW são consumidos. Actualmente, trabalha-se para a expansão da rede de distribuição de energia eléctrica para as aldeias e comunas do município.
Em relação a água, o administrador municipal adjunto disse constituir-se, por enquanto, uma preocupação das autoridades locais, que tudo fazem para inverter o actual quadro.
Informou que consta do programa, a reabilitação e ampliação do actual sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável com a colocação de uma conduta de 500 mm de diâmetro, contra a de 300 mm usada actualmente para abastecer a cidade e arredores.
Acrescentou que ao nível das sedes comunais, foram erguidos sistemas de abastecimento de água potável no Sumba, Quêlo e Pedra de Feitiço, estando em curso as obras da sede comunal de Mangue-grande, no âmbito do programa do Executivo de combate à pobreza.
Outros projectos ligados ao sector das águas no Soyo decorrem nas aldeias de Kivanda, Kungo, Kipai, Lulombe Bungo, Chinde e Vombo.
Vias de comunicação
A circulação rodoviária entre a sede municipal do Soyo e as comunas do interior continua a ser feita com grandes dificuldades, devido ao mau estado das vias.
Este quadro sobrinho, disse o administrador adjunto, será ultrapassado nos próximos dias com a inclusão dessas acções no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
Disse ter sido rubricado um contrato com uma empresa local de construção civil para a manutenção regular dos troços críticos que unem a cidade e as comunas, visando facilitar o escoamento de produtos do campo para os centros de consumo.
No âmbito do programa das vias urbanas, quatro quilómetros de ruas dos bairros periféricos da cidade do Soyo, começam a ser asfaltados este mês, num financiamento do reino da Espanha avaliado em 86 milhões de dólares.
O projecto abrange as seis sedes municipais da província do Zaire e contempla também a construção de escolas e unidades sanitárias.
De realçar que a primeira fase de reabilitação das vias urbanas das sedes municipais da província do Zaire foi lançada em 2014 e permitiu, em três anos, o asfaltamento de 25 quilómetros de ruas das cidades e vilas de Mbanza Kongo, Soyo, Cuimba, Tomboco, Nzeto e Nóqui.
Educação
No âmbito do Plano Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM), três novas escolas, sendo uma de 12 salas de aulas e duas de sete estão a ser construídas no bairro Mongo Soyo e nas comunas de Mangue grande e Quêlo.
Com a conclusão desses empreendimentos escolares, o município do Soyo passará a contar com 545 salas de aulas do ensino primário ao II ciclo de ensino secundário.
Com uma extensão de cinco mil e 572 quilómetros quadrados, o município do Soyo tem uma população estimada em 258 mil 599 habitantes distribuídos em cinco comunas: Mangue grande, Quêlo, Pedra de Feitiço, Sumba e Sede.