Luanda – As associações de taxistas, sedeadas na província de Luanda, entregam formalmente, na próxima segunda-feira, o seu caderno reivindicativo ao Governo da Província de Luanda (GPL).
A decisão saiu de um encontro realizado hoje, sexta-feira, no GPL sob orientação da governadora Ana Paula de Carvalho, onde ficou esclarecido que os taxistas não chegaram a entregar formalmente um caderno reivindicativo, mas sempre trataram o assunto de forma verbal.
Durante a reunião, a governadora Ana Paula de Carvalho apelou os líderes dos taxistas para continuarem a dialogar com os associados, no sentido de evitar que actos de vandalismo voltem a acontecer
Segundo a dirigente, os actos de vandalismo, fruto da paralisação do serviço de táxi, na passada segunda-feira, deram uma péssima imagem à cidade em desenvolvimento.
Em declarações à imprensa, o director de Tráfego e Mobilidade do GPL, Filipe Cumandala, disse que os representantes das associações dos taxistas, de forma verbal, apresentaram no seu gabinete algumas preocupações, mas em nenhum momento levaram um caderno reivindicativo ou manifestaram a intenção de paralisação, tendo se apercebido do anúncio da greve nas redes sociais.
Com o levantamento da greve, de acordo com o responsável, estão criadas as condições para o diálogo, no sentido de solucionarem os problemas da responsabilidade do Governo provincial.
Filipe Cumandala precisou que estão em curso contactos com o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e a Polícia Nacional (PN) para a solução das inquietações dos taxistas.
Para o presidente da Associação dos Taxistas de Angola (ATA), Rafael Inácio, o dialogo com a governadora vai impactar a vida dos associados, que têm estado a enfrentar muitos constrangimentos no exercício da actividade.
Apelou ao bom senso da Polícia de Trânsito na relação com os taxistas, enquanto parceiros do Estado, no sentido de se evitar situações desagradáveis.
Por sua vez, o presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente, apelou a Polícia Nacional (PN) para deixar de molestar os homens que exercem a actividade de táxi, um dos pontos que causou a paralisação registada na última segunda-feira.
Deu a conhecer que 100 taxistas da associação foram detidos, 70 dos quais foram postos em liberdade, 20 condenados com penas convertidas em multa e os restantes absolvidos por insuficiência de provas.
Em concreto, os taxistas reclamam, entre outras coisas, uma alegada “extorsão, pelas forças de defesa e segurança”, a não profissionalização da actividade de táxi, a falta de carteira profissional, a “exclusão dos taxistas nas políticas do Executivo”, o mau estado das vias e a falta de iluminação na via pública.
As reclamações constam sete pontos, entre os quais um referente ao aumento da taxa de ocupação dos táxis, de 50 para 100 por cento, medida já autorizada pelo Governo, para se dar resposta à demanda da população.