Lobito - As cidades do Lobito e da Catumbela, na província de Benguela, poderão ficar sem abastecimento de água potável devido a greve decretada esta quarta-feira pelos trabalhadores da Empresa de Água e Saneamento, soube a ANGOP.
Segundo o primeiro secretário da comissão sindical, Adilson Magalhães, a EASL não tem cumprido com os pontos do caderno reivindicativo, discutidos em Outubro de 2020, daí essa greve por tempo indeterminado.
Trata-se do aumento salarial na ordem de 100 por cento, melhoria de condições de trabalho, implementação do qualificador, segurança social, formação profissional e subsídios de saúde e de transporte.
Uma das preocupações básicas que preocupa os funcionários é a falta de material de escritório nas agências comerciais, tais como computadores, impressoras e tinteiros, bem como equipamentos de protecção individual para o pessoal do terreno, segundo Adilson Magalhães.
"Os serviços mínimos estão garantidos, mas temos sofrido pressão por parte dos técnicos que podem deixar de trabalhar se não se resolver o problema", avisou.
Para Feliciano Tchipa, agente comercial há 12 anos, a falta do depósito dos descontos salariais na segurança social, sob responsabilidade da empresa, deve ser revista com urgência.
"Está situação é grave, principalmente para trabalhadores como eu que estão à beira da reforma", desabafou.
Por outro lado, Sabino Madeira, técnico de manutenção há cinco anos, está preocupado com os baixos salários, uma vez que o custo da cesta básica sobe diariamente.
Em reacção, o Conselho de Administração exarou um comunicado, segundo o qual, compreende a necessidade do aumento salarial e a melhoria das condições sociais e de trabalho reclamadas pelos trabalhadores.
Porém, alerta que a solução destas questões não é um exercício isolado do PCA e sua equipa, bem como dos órgãos de tutela.
Lembra também a necessidade de recuperação da dívida do consumo para que se consiga arrecadar maior volume de recursos financeiros, sem os quais não é possível atender as necessidades dos trabalhadores.
Para o Conselho de Administração, a preocupação do momento é a criação de condições para a diminuição do deficit no fornecimento de água aos cidadãos, sobretudo os da zona alta do Lobito.
O centro de distribuição de água do Lobito, que atende também a Catumbela, tem uma capacidade instalada de cinco mil e 400 metros cúbicos por hora, mas está a trabalhar a 50 por cento por causa de equipamentos obsoletos que funcionam desde 2007, sem substituição, segundo o PCA.