Bengo – As unidades sanitárias da província do Bengo foram orientadas a criar, rapidamente, um plano de gestão dos resíduos hospitalares, para se evitar a contaminação nestes locais, revelou hoje, em Caxito, província do Bengo, a directora do gabinete provincial do Ambiente, Janice Muanamalango.
Em entrevista à ANGOP, a propósito da falta de incineradoras em algumas unidades sanitárias da província, a responsável informou que a criação deste plano de gestão vai ditar o que deve ser feito com os resíduos produzidos e o destino a dar aos mesmos.
“De uma maneira geral nós temos poucas unidades sanitárias com incineradoras. Estamos preocupados e orientamos que todas estas unidades rapidamente criem um plano de gestão de resíduos hospitalares no sentido de melhorarmos a situação e evitarmos a transmissão de outras doenças”, disse.
Sobre o número de incineradoras existentes na província, informou que “neste momento dar um número preciso não consigo. Pedimos para fazer um levantamento e dos dados que já temos não passamos de mais de 10, é muito pouco para um total de mais de 100 unidades sanitárias na províncias ”, pontualizou.
Entre os hospitais com incineradoras apontou o hospital Guilherme Pereira Inglês (incineradora funcional), o hospital da Barra do Dande e o do município dos Dembos, estes com máquinas paralisadas por falta de manutenção.
A este propósito, a responsável adiantou também que o principal problema na província não reside apenas na compra de máquinas, mas na manutenção e na recuperação das que já existem.
Quanto às unidades sanitárias sem incineradoras, referiu, estão orientadas a proceder a queima dos resíduos num local indicado pela administração municipal, desde que tenha a aprovação do gabinete provincial do ambiente e da direcção provincial da saúde.
“O melhor tratamento seria usando a incineradora, mas como não temos ainda, a orientação é a de encontrar um local afastado da comunidade que dê para fazer esta queima até que as unidades consigam obter este equipamento, referiu.
Algumas unidades têm estado a cumprir e outras não. Por isso tomou-se a decisão de que todas devem ter este plano para evitar a contaminação, sublinhou.
Esclareceu também que dentro das unidades sanitárias não existem apenas resíduos perigosos, existem também os que podem ser aproveitados para outras finalidades, tais como os resíduos orgânicos que podem ser transformados em adubos para os espaços verdes destas unidades.
“O maior objectivo é valorizar os resíduos e só descartar aquilo que já não possível ser aproveitado” sublinhou.
Lembrou que todo este trabalho tem como base o Decreto 190/12 (que orienta que todas unidades que produzem resíduos devem ter um plano de gestão de resíduos), o 160, e o decreto executivo conjunto entre o ministério das Finanças e do Ambiente que se refere a cobrança de taxas e emolumentos.
A elaboração do plano de gestão de resíduos hospitalares visa introduzir as boas práticas de gestão de resíduos e mitigar os potenciais impactos negativos decorrentes das actividades de diagnóstico, tratamento de doenças e investigação humana.
São considerados resíduos hospitalares os produzidos em unidades de prestação de cuidados de saúde, incluindo os resultantes das actividades de diagnóstico, tratamento, investigação humana e veterinária, podendo ser resíduos perigosos e não perigosos.IF