Catumbela – Pelo menos 470 idosos no município da Baía Farta, em Benguela, beneficiaram de carvão vegetal para comercializar nas comunidades onde residem, com vista a proporcionar renda familiar, soube a ANGOP.
Iniciativa da Administração Municipal da Baía Farta, por meio da Acção Social, os idosos em situação de vulnerabilidade têm vindo a receber, para combater a fome e a pobreza, carvão vegetal que muitas famílias compram para confeccionar os alimentos, em alternativa ao gás butano.
Embora a sua produção clandestina possa colocar em risco a conservação das florestas, devido às queimadas das árvores, o carvão vegetal é ainda um produto bastante procurado nas comunidades rurais em Angola que, sem recursos, faz dessa actividade sua forma de subsistência.
Actualmente, um saco de 50 quilos de carvão pode custar até cinco mil kwanzas no mercado informal, sendo por isso um “negócio lucrativo” que tem se mantido, apesar das políticas do Governo de controlar e conter as queimadas florestais, para a preservação do ambiente.
Abordado pela ANGOP a propósito, o administrador municipal adjunto para a Área Económica e Financeira da Baía Farta, Inácio Camungambue Numa, falou dos benefícios do projecto de distribuição de carvão vegetal, pois que a sua venda garante o mínimo básico para o sustento do idoso e demais pessoas vulneráveis.
Acrescentou ainda que a distribuição de carvão foi a fonte de renda possível encontrada para fazer face às dificuldades por que passam os idosos, dada a realidade da Baía Farta, enquanto a Administração estuda a melhor forma de apoiar essa camada da sociedade.
E recusa a crítica de alguns sectores da sociedade em Benguela, considerando que a venda de carvão está a ajudar a melhorar a situação social de muitos idosos que, aos poucos, vão saindo da penúria. Relativamente à questão ambiental, tranquilizou os mais cépticos, assegurando que o processo de produção é feito na base de uma gestão racional dos recursos.
Alguns idosos beneficiados com o gesto das autoridades baianas, em vários bairros, salientam que o dinheiro proveniente da venda do carvão tem servido na compra de alimentos.