Huambo – O vice-governador do Huambo para o sector Político, Social e Económico, Francisco Kata, defendeu esta quarta-feira, a realização de um trabalho conjunto entre o Governo e as organizações sociais para integração sócio-económica dos deficientes auditivos.
O responsável, que falava durante o acto antecipado do Dia Mundial da Pessoa com Deficiência Auditiva, disse que as autoridades precisam melhorar, cada vez mais, a sua actuação junto desta franja da sociedade, para que também esteja envolvidas nas acções de crescimento do país.
Francisco Kata admitiu que a situação da pessoa com deficiência auditiva na província do Huambo ainda impõe alguns cuidados, no cumprimento do estipulado na Constituição da República de Angola, para a defesa dos seus direitos.
A defesa desses direitos, conforme o responsável, exige, acima de tudo, a conjugação de sinergias para a resolução, de forma paulatina, das principais dificuldades que ainda enfrentam.
O vice-governador referiu que a aplicação e fiscalização da Lei de Protecção a esta franja da sociedade deve ser um imperativo, com foco no combate à discriminação, preconceito e todas as outras barreiras sociais.
Nesta conformidade, considerou que a celebração da data constitui um sinal de reconhecimento, integração e inclusão social da pessoa com deficiência auditiva, em várias áreas da sociedade.
Já para o presidente da Associação local dos Surdos, Gabriel Selende, o desemprego, a falta de kits de empreendedorismo e de acesso prioritário e gratuito aos transportes públicos de passageiros e de moradias, são outras inquietações,.
Destacou ainda a falta de documentos, como o Bilhete de Identidade, como outra preocupação desta franja, assim como de meios de comunicação nos locais que prestam serviços ao público, principalmente nos hospitais e serviços de identificação civil, para além de cifras para o mercado de trabalho e de acesso ao sistema de ensino.
O dirigente associativo, com mais de dois mil e 500 membros, salientou que “ser surdo ou mudo, não pode limitar o pleno gozo dos direitos da pessoa, enquanto cidadão, daí a necessidade da eliminação dessas barreiras sociais”.
Lembrou que, com base no Decreto 12/16, de 15 de Janeiro, 10 por cento das vagas nos postos de trabalho, tanto em instituições públicas como privadas, são reservadas às pessoas com deficiência, visando a sua integração social.