ANGOSAT-2 é lançado quarta-feira

     Tecnologia           
  • Luanda     Terça, 11 Outubro De 2022    09h40  
Satélite ANGOSAT-2
Satélite ANGOSAT-2
Divulgação

Luanda - O satélite ANGOSAT-2 será lançado, em órbita, esta quarta-feira, 12, a partir da estação aeroespacial de Baikonur, no Cazaquistão.

O ANGOSAT-2 tem uma capacidade de transmissão sete vezes maior que a do  ANGOSAT-1, que tinha 16 retransmissores na Banda C e seis na Banda KU.

Com 15 anos de tempo de vida útil, o ANGOPST-2 tem ainda seis “transponders” na Banda C, 24 na Banda KU e, como novidade, um retransmissor na Banda KA.

Trata-se de um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), com peso total de duas toneladas, preparado para disponibilizar 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite). O mesmo será baseado na plataforma Eurostar-3000.

O ANGOSAT-2 começou a ser construído a 28 de Abril de 2018, nas instalações da Airbus, em França, onde foi instalada toda a carga útil do satélite.

A estrutura foi depois transferida para a fábrica da ISS Reshetnev, na cidade "fechada" de Zheleznogorsk, próximo de Krasnoyarsk, na região da Sibéria, onde foi produzida a carcaça e instalado o mecanismo de arranque.

Seguiu-se a transferência para o local de lançamento, na estação aeroespacial de Baikonur, no Cazaquistão, de onde sairá, quarta-feira, para a órbita espacial.

O novo satélite surge no quadro da estratégia do Executivo angolano de diminuir a exclusão digital no país, em particular, e em África, em geral, permitindo expandir serviços de telecomunicações às zonas mais recônditas a preços competitivos.

O satélite, que comporta uma série de serviços, tem capacidade para cobrir o continente africano, com ênfase na região sul, e parte significativa do sul da Europa.

Surgiu com a missão de substituir o ANGOSAT-1, o primeiro satélite angolano,  lançado em órbita a 26 de Dezembro de 2017, que enfrentou problemas no espaço.

Após o lançamento, houve uma perda primária de contacto devido a uma falha no subsistema de alimentação logo após entrar em órbita, embora as comunicações tenham sido recuperadas, e mais tarde problemas na fonte de alimentação do satélite.

O artefacto tinha sido lançado em órbita através do foguete transportador ucraniano Zenit, a partir do cosmódromo Baikonu, no Cazaquestão, Federação da Rússia. 

Construído no seguimento de um acordo assinado entre Angola e a Rússia, em 2009, o ANGOSAT-1 havia custado 360 milhões de dólares aos cofres do Estado angolano. 

O satélite tinha um seguro de 120 milhões de dólares, que cobriu em cerca de 90 por cento a sua substituição, a custo zero, em caso de eventual destruição ou desaparecimento. 

Venda e reserva de serviços 

De acordo com dados da Infrasat, empresa responsável pelas vendas do Angosat-1, 65 por cento da capacidade da banda KU do ANGOSAT-1 já estavam reservados.

A banda KU tem mais procura em África, enquanto que a banda C, mais procurada na Europa, tem 82 por cento de espaço disponível. Estão apenas 18 por cento vendidos. 

Quanto ao mercado nacional, haviam sido vendidos 87 por cento da banda C e os 13 foram para o mercado internacional. Para a banda KU, 53 por cento foram alocados ao mercado internacional, contra 47 do nacional.  

Houve incidência em cinco sectores primordiais de venda de banda, que são o das telecomunicações, media, defesa  e segurança, petróleo e prestação de serviços. 

As reservas são pagas num valor equivalente à primeira prestação, de modo a garantir a compra. Existiam reservas de Moçambique, Lesotho, Congo Brazzaville, Congo Democrático, Togo e uma negociação com o Reino da Bélgica. 

Histórico de acidentes 

Entretanto, o desaparecimento do primeiro satélite angolano (ANGOSAT-1) foi apenas mais uma nota negra na longa lista mundial de ocorrências do género. 

Reza a história que países mais desenvolvidos, como a Rússia, China, Índia e Estados Unidos, tiveram, em ocasiões distintas, várias ocorrências negativas com satélites. 

Muitas dessas ocorrências resultaram no desaparecimento definitivo e inexplicado dos equipamentos lançados ao espaço, ou, simplesmente, na sua destruição total.   

Assim, em Dezembro de 1998, a NASA lançou uma sonda rumo a Marte, com o objectivo de estudar o clima e a atmosfera daquele planeta vizinho da Terra. 

Infelizmente, no dia 23 de Setembro de 1999, a sonda chegou a Marte em órbita mais baixa do que o planificado, o que provocou o seu incêndio e destruição total, provocando um prejuízo de 125 milhões à NASA. 

Outro caso foi o do Challenger, o segundo comboio espacial construído pela NASA,  concluído em Julho de 1982, que fez parte da sua frota de cinco comboios espaciais.  

A sua primeira missão foi a STS-6, realizada entre os dias 4 e 9 de Abril de 1983. Foi ao espaço apenas 10 vezes ao longo de três anos de operação, tornando-se no comboio espacial com menos missões realizadas. 

Em 1986, o Challenger sofreu o primeiro acidente, no programa com comboios espaciais. A 28 de Janeiro desse ano, 73 segundos após o seu lançamento, iniciando a missão STS-51-L, a nave explodiu em pleno ar e os sete tripulantes morreram.  

O acidente paralisou as missões dos comboios espaciais por meses, durante os quais foi realizada uma ampla investigação. 

A conclusão a que chegou a investigação foi de que uma anilha havia provocado a tragédia, devido ao facto de que algumas anilhas se expandiam e contraiam à medida em que a sua temperatura variava na mesma proporção da variação da sua temperatura. 

Outro incidente do género com a Coreia do Sul, que fez seu o primeiro lançamento de foguete, o Naro-1, em 2009. Na altura, os motores funcionaram bem, mas a carga a ser lançada em órbita não se separou do foguete. 

O desequilíbrio de peso arrastou o foguete para baixo e a carga – um satélite avaliado em 400 milhões de dólares – desintegrou-se ao reentrar na atmosfera. 

No caso específico da Federação Russa, o Express-AM4 russo não explodiu no lançamento, nem incendiou na atmosfera, mas  o satélite de telecomunicações avançadas simplesmente desapareceu sem deixar rasto. 

Lançado em Agosto de 2011, o satélite separou-se do veículo propulsor e então desapareceu dos sistemas de radar.  

Seria, posteriormente, localizado muito distante da sua órbita original, pelo que não poderia cumprir o papel para o qual foi enviado ao espaço.  

Em consequência disso, o artefacto foi, um ano depois, “intencionalmente destruído” e caiu no Oceano Pacífico. 

No dia 29 de Março de 2017, a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Indian Space Research Organization ou ISRO) realizou o lançamento do GSAT-6A, o maior satélite de comunicações já fabricado pelo país.  

Contudo, de acordo com informações do jornal Times of India, os pesquisadores perderam contacto com o equipamento na tarde do primeiro dia daquele mês, apenas quatro minutos após uma manobra programada. 

O satélite, que foi lançado através do foguete GSLV-FO8, era considerado uma importante conquista científica para o programa espacial da Índia, sendo capaz de colocá-lo lado a lado com as pesquisas desenvolvidas em países mais desenvolvidos.  

Tudo indica que a perda de contacto resultou de algum problema eléctrico.

Esta não foi a primeira vez que a organização falhou em colocar uma carga em órbita. Em Setembro de 2017, o lançador PSLV-C39, que levava o satélite IIRNSS-IH ao espaço, apresentou problemas no seu escudo de calor e não realizou o lançamento.  

Nesse episódio, o dispositivo infelizmente acabou perdido para sempre. 

 





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