Luanda – O alcance de mil startup no mercado angolano constitui um dos desafios do Ministério da Economia e Planeamento (MEP), que prevê contar com a participação deste número de empresas digitais na 3ª edição do “Angola Startup Summit”, programada para Abril de 2024.
A respectiva meta, a ser concretizada através do Instituto Nacional de Apoio às Micros, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), passa a contar com o impulso dos membros de direcção da Associação Angolana de Startup e Empreendedorismo Digital (AASED), que manifestaram esta quinta-feira, em Luanda, o desejo de se juntarem a esta causa.
Segundo a presidente da AASED, Lisa Videira, considerou ser um grande desafio, mas assegurou que a sua agremiação vai trabalhar de forma árdua, em parceria com o INAPEM, para o alcance desse objectivo.
Para isso, avançou, será necessário criar e pôr em prática um plano de incubadoras e programas de capacitação, bem como “caçar” novos talentos nos institutos e universidades do país, com vista a transformar as ideias inovadoras em negócios concretos.
Em declarações à ANGOP, após o acto de tomada de posse do corpo directivo da AASED, a responsável apontou a criação ou surgimento de linhas de financiamento directo às staturp como o outro desafio que ainda o mercado de negócios digitais enfrenta no país.
“Actualmente, o mercado das staturp angolano precisa de um maior investimento directo, para transformar as ideias ou projectos inovadores em prática e de forma sustentável, evitando a falência de boas iniciativas, antes mesmo de serem concretizadas”, destacou.
Reconheceu que as actuais staturp existentes no mercado nacional oferecem soluções tecnológicas valiosas, por apresentarem aplicativos virados à satisfação de várias necessidades dos cidadãos e resolução de problemas sócio-económicas do país.
A título de exemplo, a fonte apontou a staturp “Sócia”, que desenvolveu um aplicativo para apoiar a poupança das famílias em tempo de crise, como uma das soluções tecnológicas criadas para satisfazer as necessidades familiares.
Para a mesma causa, a presidente da AASED convida as demais startup, empreendedores digitais em Angola e organizações interessadas a juntarem-se à associação, através do seu website ou do email parcerias@aased.ao.
Para além de Lisa Videira (presidente), constam do corpo directivo da AASED Lúcia Fernandes, presidente da Mesa da Assembleia Geral, e Erickson Mvezi (presidente do Conselho Fiscal).
Criada em 2020 e oficializada em 2022, com um grupo de 17 startup e empreendedores digitais angolanos, a AASED tem a missão de fomentar o ambiente ideal para o desenvolvimento e crescimento das startup e do empreendedorismo digital em Angola, visando contribuir para a criação de empregos e uma economia da era digital sustentável e inovadora.
Entre os fundadores da associação destacam-se as startup pioneiras no mercado angolano, como a Kubinga, Kepya, Tupuca, Wiconnect, Sócia e agentes do ecossistema pioneiros (Kianda Hub, Bantu Makers e Founder Institute of Luanda).
A propósito da tomada de posse dos membros da AASED, o presidente do Conselho de Administração do INAPEM, João Nkosi, apelou aos operadores que já actuam no mercado das staturp a apoiarem as novas iniciativas, com ideias concretas para a sua concretização e surgimento de mais empresas neste segmento.
Ao orientar o acto de empossamento, o gestor reiterou a necessidade de se trabalhar para a criação de uma legislação específica para regular o mercado das staturp em Angola.
Para medir o número de iniciativas, com ideias inovadoras, em 2022 realizou-se a primeira edição do “Angola Startup Summit” (evento para promover o empreendedorismo), que contou com a participação de perto de 35 startup. Esta cifra de participações aumentou para mais de 160 startup, na segunda edição deste evento, realizado este ano, em Luanda.
Dados do INAPEM indicam que, em Angola, estão registadas 144 startup. QCB/PPA