Lubango - As primeiras consultas por telemedicina já decorrem desde a semana finda na província da Huíla, através da conexão entre o Hospital Central do Lubango e o municipal da Jamba, como resultado da recepção do sinal do ANGOSAT-2, o primeiro satélite funcional de Angola.
Trata-se de um sistema tecnológico designado “Vesat”, montado nos hospitais central do Lubango e nos municipais da Jamba e de Caconda, que permite a interligação das três unidades com outras de referência do país, a fim de melhorar e modernizar os serviços de saúde.
O director-clínico do Hospital da Jamba, Ericleiton Franco, referiu que a primeira consulta baseou-se na discussão de um caso de uma criança de três anos de idade, com uma possível tuberculose extra-pulmonar e foi transferida para o hospital Sanatório do Lubango.
Ao todo, em quatro dias, o serviço de telemedicina beneficiou outros dois cidadãos, sendo uma paciente de 19 anos, com suspeita de abcesso submandibular com fístula e um jovem de 27 anos, com uma suposta síndrome icterícia (cirrose hepática).
Reforçou ter sido uma experiência "bastante satisfatória", um serviço que permite que profissionais de saúde actualizem e comuniquem com outros hospitais para serviços que não têm a competência de resolver a nível do município da Jamba.
Por sua vez, o engenheiro informático António Gonga, que encabeça a equipa responsável pela montagem, fez saber que o hospital municipal da Jamba está interligado com outras unidades sanitárias como, os hospitais Central do Lubango, Geral do Huambo, do Moxico, do Uíge e Luanda.
Explicou que o sistema Vesat é constituído por uma antena, rack com sistema de energia, um modem que faz a recepção do sinal e espalha para poderem ter acesso à internet, um serviço tanto para os profissionais como para os pacientes, em sistema de banda larga.
A responsável da sala de telemedicina do Hospital Central do Lubango, Runina Jamba destacou que o sistema vai permitir que o paciente receba um atendimento mais íntegro e diferenciado, visto que a maior parte dos médicos nos outros municípios da Huíla ainda não são especialistas.
“O paciente mesmo distante vai receber tratamento diferenciado. Poderá ainda se discutir multidisciplinarmente muitos casos, o que vai facilitar a transferência mais precoce dos pacientes”, manifestou. O sistema instalado nas três unidades está operacional desde a semana finda e já foram feitos testes no material.
O ANGOSAT-2 é um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), com peso total de duas toneladas, preparado para disponibilizar 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite). O satélite, que comporta uma série de serviços, tem capacidade para cobrir o continente africano, com ênfase na região sul, e parte significativa do sul da Europa.