Luanda – O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) manifestou, esta segunda-feira, em Luanda, o interesse do reforço da parceria com o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, no quadro da implementação das incubadoras universitárias.
Segundo a representante adjunta residente em Angola, Soahangy Mamisoa Rangers, que falava na 7ª Conferência Nacional sobre Ciência e Tecnologia, o PNUD, dentro das suas capacidades, está sempre disponível para apoiar as missões que contribuam para a concretização do Plano Nacional de Desenvolvimento.
“Temos a certeza que nas universidades se processa a mediação do conhecimento científico com as pessoas e se dá através da sua produção científica. Daí a necessidade de maiores investimentos no ensino superior e nas políticas de investigação”, esclareceu, referindo que os laboratórios de pesquisa pública e instituições de ensino são o coração do desenvolvimento da ciência e tecnologia.
A diplomata espera que a conferência sirva para reforçar os conhecimentos e a parceria, destacando que a capacidade de inovar faz parte do DNA do povo angolano.
Sobre o papel das universidades na produção do conhecimento científico e tecnológico, referiu que a ciência e tecnologia constituem parte dos sistemas de inovação, exercendo função vital nas economias baseadas em conhecimento, particularmente, pela construção de ligações promissoras de cooperação entre as empresas, sociedade civil e governo.
“Acreditamos que as incubadoras universitárias produzirão, em pouco tempo, maiores resultados relacionados com a inovação e criação de empresas com impacto para reduzir o desemprego na sociedade”, sublinhou.
Para Soahangy Mamisoa Rangers, os avanços da ciência nas últimas décadas têm sido visíveis e impactantes, marcados por uma forte relação com a tecnologia.
De acordo com a responsável, à pandemia da Covid-19 demonstrou a necessidade de se continuar a apostar em certas tecnologias para o desenvolvimento de uma sociedade cada vez mais sustentável, em que o acesso à informação é cada vez mais democrático e as relações humanas conseguem ser mantidas mesmo à distância, incluindo até serviços de saúde.
“A tecnologia abriu portas para novas formas de negócio, diferentes formas de trabalhar e aplicar a ciência”, observou, frisando que Angola tem o desafio de aplicar, progressivamente, o conhecimento científico e tecnológico no sistema produtivo a favor do desenvolvimento sustentável.
É preciso, prosseguiu, encarar a interacção do conhecimento científico e tecnológico na superação dos obstáculos para a edificação de cidades sustentáveis, promoção de uma agricultura mais sustentável, e da redução das desigualdades sociais.
Para si, isso requer novos paradigmas e um entendimento mais profundo sobre os laços entre o conhecimento científico, inovações tecnológicas e mudanças sociais a favor da sustentabilidade económica, social e ambiental.
O PNUD, nos seus últimos relatórios de desenvolvimento humano, tem destacado a Internet como responsável por um enorme peso na transformação social e democratização do país. Por isso, Rangers reiterou que a tecnologia e a ciência formam, indiscutivelmente, uma combinação singular para o fomento e crescimento sustentável de qualquer nação.
Este desenvolvimento sustentável que se espera, reforçou a responsável do PNUD, só será possível com o envolvimento de todos, principalmente dos jovens que fazem parte de uma larga camada da população angolana com enorme potencial, sem “esquecer as mulheres, pois nem a ciência, nem a tecnologia têm género”.
Na 7ª Conferência Nacional sobre Ciência e Tecnologia serão discutidos sete painéis com os temas “financiamento da Ciência”, “Engenharia e tecnologia”, “ciências naturais”, “ciências médicas e da saúde”, “ciências sociais, Humanidades e artes”, “ciências agrárias e Veterinárias”, bem como “cooperação, inovação e empreendedorismo”.
Participam do evento da CNCT docentes universitários e investigadores científicos da, África do Sul, Botswana, Moçambique, Zimbabwe, Espanha, França, Portugal, Brasil, Canadá, Cuba, EUA, China e Macau, bem como representantes de organizações internacionais.