Luanda - Após nove anos de alta, os preços dos veículos automóveis registam baixas no mercado formal, ou seja, nas diferentes concessionárias do país, nos últimos dois meses do presente ano económico.
Durante uma ronda em diferentes stands comerciais de Luanda verificou-se, por exemplo, que o modelo mais económico da marca Suzuki (Alto) que custava, até Dezembro último, entre cinco milhões e 400 mil kwanzas (kz) a seis milhões, baixou para quatro milhões e 990 mil kwanzas, numa concessionária, e para cinco milhões, 153 mil e 256 kwanzas, na outra.
O novo modelo (Atos) que substitui o Hyundai I10, cujo preço variava entre oito milhões e 500 mil kwanzas a nove milhões, incluindo os 14 por cento do Imposto do Valor Acrescentado (IVA), está a ser vendido actualmente no valor de sete milhões, 462 mil e 121,50 kwanzas.
A Mazda 2 (Hatxhaback), que custava kz 17 milhões, passou para 12 622 808 de kwanzas, já o Mazda 2, edição especial (Mazda 100 anos) caiu de 18 milhões para kz 13 456 405.
A carrinha cabine dupla Mazda BT50, entre 3000 a 1900 Centímetros Cúbicos, baixou de 25 a 22 milhões de kwanzas.
A queda nos preços praticados neste mercado formal de automóveis, deve-se a uma ligeira recuperação da valorização da moeda nacional, relativamente às estrangeiras, facto que pode ser visível com a baixa da taxa de câmbio, cuja média do dólar encontra-se, actualmente, nos usd 1/kz 426,176 e euro 1/kz 457,948, nestes últimos seis meses.
No período em referência, no ano de 2021, a média do câmbio de 1 dólar, equivalia a kz 646 e eur 1, em 767,900 Kz.
A baixa cambial permite que, com a mesma quantia de kwanza, destinada ao câmbio de dólar ou euro para importação de viaturas antes, se obtenha, agora, mais divisas internacionais para a referida operação e assim aumentar o fluxo de automóveis no mercado nacional.
Dada a sensibilidade do mercado interno de automóveis, dependente da importação, a taxa de câmbio influencia rapidamente na movimentação deste sector, embora se deduza que os cidadãos nacionais e residentes tenham perdido o poder de compra, com o cancelamento dos créditos automóveis nos bancos ou com a existência de política de crédito, com excessiva burocracia.
Esta tendência do mercado cambial, se for contínua, aumenta as expectativas dos funcionários públicos, técnicos médios de terceira a superiores de primeira e das famílias, em geral, que auferem um salário entre 150 a 400 mil Kwanzas, de adquirir um carro, zero quilómetro.
Isso, principalmente, se o BNA, no âmbito das suas competências de Política Monetária, flexibilizar (desburocratizar) a política de créditos, incluindo a retoma do crédito automóvel para os funcionários públicos, cancelado desde 2015.
O agente do departamento comercial da AutoZuid, LDA, Pedro Soares, confirmou que há queda dos preços das viaturas nos diferentes stands decorre da valorização da moeda nacional, face às estrangeiras, isto é, da baixa taxa de câmbio.
Na sua opinião, é importante que o Governo, por via do BNA, melhore as políticas de créditos.
“ Um cidadão mesmo com um salário de Kz 500 mil tem dificuldade de comprar veículos, de imediato. O crédito automóvel foi sempre a lufada de ar fresco, na medida em que permitia adquirir o meio rolante e pagar aos poucos”, referiu.
Da lista dos países exportadores de carros para Angola, a China lidera, secundada pelos Emirados Árabes Unidos. A Bélgica, Coreia do Sul e Brasil seguem-se numa tabela de 15 países, lê-se no Boletim Estatísticos da Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola do I semestre de 2021.
Dados oficiais da Direcção de Segurança Rodoviária indicam que o parque automóvel do país, actualmente, regista quatro milhões de veículos em circulação.