Ndalatando – O Governo Provincial do Cuanza Norte chamou atenção aos operadores privados de transportes públicos em relação à dívida ao Estado avaliada em 129 milhões kwanzas.
O governo, no quadro de um projecto para a segurança e mobilidade urbana em rotas intermunicipais vendeu, de 2020 a 2022, a título de crédito 55 autocarros a operadores privados de transportes públicos, avaliados em 58 milhões de kwanzas, a serem amortizados num período de 10 anos ou em 120 prestações mensais de 480 mil kwanzas/cada.
De acordo com o responsável do Departamento dos Transportes do Gabinete Provincialdos Transportes e Mobilidade Urbana, Graciano Gaspar, alguns operadores não estão a cumprir as cláusulas do contrato em relação à amortização da dívida e às rotas.
Muitos dos operadores fazem rotas interprovínciais ao contrário do que está estabelecido no contrato, em detrimento da população local.
Graciano Gaspar, que falava à imprensa depois de uma reunião com os operadores, informou o governo deu uma moratória de 15 dias para que estes meios voltem a operar na província.
O responsável dos transportes reclamou o facto de na província existir muita população para transportar e os meios não se encontrarem disponíveis, porque estão fora do controle.
Em relação à divida indicou que existem operadores que até ao momento não amortizaram nenhuma prestação e alguns têm uma dívida acumulada que roda os 11 milhões de kwanzas, justificando o atraso no pagamento por falta de rendimento nas rotas intermunicipais.
Recomendou aos operadores que amortizem as dívidas de imediato e alertou que em caso de incumprimento a instituição vai cessar o contrato.
Graciano Gaspar reconheceu a fraca rentabilidade nas rotas intermunicipais e por este facto num encontro anterior recomendou-se aos operadores que trabalhassem intercaladamente em rotas interprovinciais por causa da mobilidade de estudantes para Malanje e de consumidores para Luanda, mas sem deixar a província decoberta.
Esclareceu que fase ao uncumprimento dos operadores ficou ainda acordado que eles (operadores) devem fazer uma proposta ao Gabinete Provincial do Transportes e Mobilidade Urbana de como vão intercalar as rotas intermunicipais e interprovinciais.
Quanto à reclamação dos operadores em relação ao valor da prestação que consideram elevado, informou que o preço é génerico para todo o país, mas se fez um proposta ao Ministério dos Transportes para o reduzir.
Graciano Gaspar aconselhou aos operadores que continuem a pagar as prestações de acordo com a modalidade do contrato, enquanto aguardam pela resposta do ministério.
O responsável dos transportes justificou a falta de meios na rota Cazengo/Cerca (Golungo Alto) ao estado das vias.
Para contrapôr a carência de meios de transportes, a população usa com frequência motorizadas ou motociclos de três rodas, normalmente, abarrotados, com muitos riscos de acidentes.
Cuanza Norte é uma província localizada no estremo Oeste de Angola e a 190 quilómetros de Luanda (capital do país). Tem como capital a cidade de Ndalatando e compreende 10 municípios, numa extensão territorial de 20.240 quilómetros quadrados.