Lobito – Uma delegação da Guarda Costeira americana audita desde esta terça-feira o Porto do Lobito, com vista a constatar o nível de operacionalidade do código ISPS (Código Internacional para Protecção de Navios e Instalações Portuárias), soube a ANGOP.
Durante dois dias, a comitiva com seis técnicos vai passar em revista os componentes do sistema de segurança portuária, nomeadamente o código ISPS, o Circuto de Videovigilância, Funcionários de Protecção das Instalações Portuárias (PFSO, na sigla em inglês) e verificar também a Unidade dos Bombeiros e a Direcção de Segurança e Ambiente.
Quanto aos processos burocráticos, está previsto avaliar a elaboração de documentos, relativamente aos planos de medidas de segurança, de impacto ambiental, emergência, de contingência e os simulacros realizados pela empresa.
Segundo o Presidente do Conselho de Administração, Celso Rosas, os técnicos vão certificar-se que o Porto está a implementar medidas rigorosas de acesso e controlo no movimento de pessoas, quer no interior como na periferia, e de todo o sistema de importação e exportação.
“A vantagem desta auditoria é saber de uma potência, como são os Estados Unidos da América, se estamos a caminhar bem e onde temos de melhorar, porque a perspectiva é fazer cada vez melhor”, explicou o PCA.
Celso Rosas informou que nos dois últimos anos investiu-se mais de 580 milhões de Kwanzas (quase um milhão e 500 mil dólares) na compra de equipamentos de segurança, como máquinas de raio X, detectores de metais, sinalização marítima, portuária e meios de comunicação.
Na sua opinião, o Porto do Lobito é seguro e aberto ao mundo, onde os navios vêm e atracam e as cargas saem para o exterior com total segurança, cumprindo com as normas do pacto global das Nações Unidas, do qual faz parte.
Lembrou ainda que Angola é membro da Organização Marítima Internacional e, por conseguinte, adoptou as suas convenções e pretende cumpri-las na íntegra, apostando na formação dos seus quadros.
O Porto do Lobito, fundado há 94 anos, tem três terminais, nomeadamente o de contentores, que possui uma capacidade de 12 mil unidades de contentores de 20 pés (TEUS) por ano, o mineiro, com capacidade operacional de 3,6 milhões de toneladas por ano, e o Porto Seco, um terminal de segunda linha que possui a capacidade estática de oito milhões de TEUS/ano.
O Porto do Lobito e o Caminho de Ferro de Benguela formam um dos maiores corredores de desenvolvimento e escoamento de mercadorias da região da SADC, com ligações à cidade de Tenque, na República Democrática do Congo, e Zâmbia. O porto é ainda beneficiado por uma ligação rodoviária estruturante para circulação de mercadoria, a Estrada Nacional 100.
A RDC e ZÂmbia, dois países encravados entre o Atlântico e o Índico, encontram no Corredor do Lobito uma das mais importantes saídas para a sua exposição às rotas de mercadorias internacionais, nomeadamente para América e Europa. Actualmente, através desse corredor, já se faz a transportação de minérios como o manganês da RD Congo para Europa, China e Índia.