Lubango - Os operadores de transportes públicos da Huíla, a quem foram cedidos, a crédito, 64 autocarros de transporte urbano de passageiros em 2020, não estão a cumprir cabalmente com a amortização da dívida.
Esses operadores deviam pagar 460 mil kwanzas por mês, mas estão a assumir apenas entre 35 a 40 por cento desse valor, sob pretexto de ser uma mensalidade "muito alta" e incompatível com as receitas do mercado.
A denúncia foi feita hoje, quarta-feira, em entrevista à ANGOP, no Lubango, pela directora do gabinete provincial dos Transportes, Tráfego e Mobilidade Urbana, Gracinda Gonçalves, admitindo que o pagamento da parcela mensal foi definido com base no mercado de Luanda.
A taxa de amortização, conforme a fonte, é nacional, mas os operadores acham que se deveria olhar para as especificidades de cada província, mediante um estudo diferenciado, porque a realidade é distinta.
Nesta conformidade, de acordo com Gracinda Gonçalves, os operadores da Huíla acham que a questão deve ser revista, porque o mercado de Luanda não pode servir de base de estudo para as outras províncias, dada a sua densidade populacional.
Afirmou que em relação às outras províncias, a Huíla tem o preço definido da passagem no valor de 100kz para o transporte urbanos, conforme foi definido nos projectos.
“Essa situação cria também algum descontentamento aos nossos operadores, pois consideram reduzido, mas que podia ser compensado com ligações inter-provinciais, por serem são mais rentáveis, pois há menos desgaste dos meios devido as constantes paragens e vandalismo, mas o sistema actual não lhes permite”, enfatizou.
Gracinda Gonçalves, destacou que os operadores já remeteram vários documentos a solicitar ao Governo local uma renegociação, no sentido de se rever a situação, concernente ao preço, cuja última solicitação deu entrada em 2022, mas a solução é de responsabilidade central.
No Transporte urbano regular de Regular de Passageiro, são transportados em média diária 504 passageiros por cada um dos 64 autocarros. BP/MS
