Lobito – O embaixador argentino em Angola, Alejandro Guilhermo Verdier, apresentou, esta terça-feira, no Lobito (Benguela), uma proposta no sentido do satélite do seu país monitorar a aproximação de navios ao Porto do Lobito.
Numa reunião com o Conselho de Administração daquela empresa portuária, o diplomata destacou as vantagens destes serviços na segurança marítima, dizendo que o satélite passa duas vezes por dia sobre Angola e outros países do hemisfério sul e tem custos muito baixos.
“Tira as imagens que forem necessárias para identificar o tipo de navio e a operação que está a efectuar naquele momento”, explicou.
Alejandro Verdier lembrou que tem havido situações em que o comandante do navio dá coordenadas sobre a sua posição, dizendo que está próximo do Porto, quando na verdade se encontra há cinco dias para chegar ao local, causando embaraços nas manobras da empresa.
Ainda sobre as vantagens desses serviços, lembrou de casos de pirataria, onde navios pescam ilegalmente nas águas nacionais de vários países, sobre derrame de combustível e outros riscos, facilmente detectados pelo satélite.
Sobre as relações comerciais entre a Argentina e Angola, afirmou que são excelentes, mas precisam de ser incrementadas através da ligação marítima.
“Até agora não temos um vínculo neste sentido. Todas as exportações argentinas para Angola são feitas através de portos brasileiros”, lamentou.
Durante a sua visita, o embaixador recebeu informações através do vídeo institucional da Porto do Lobito, bem como visitou algumas infra-estruturas como o terminal polivalente (carga geral e contentores), o mineraleiro e o Porto seco.
Reconheceu o esforço das autoridades angolanas para colocar o Corredor do Lobito em funcionamento, vendo nele grande potencial para o desenvolvimento da região.
Fez saber, por outro lado, que o seu país também está interessado na navegação aérea, afirmando que a Companhia angolana de bandeira “TAAG” é a única que conecta a América do Sul à África Austral.
“Temos informações que os voos da TAAG chegarão a Buenos Aires no próximo ano e vamos torcer para que seja um facto”, afirmou com satisfação.
Por sua vez, o Administrador Executivo do Porto do Lobito para a área técnica e segurança, Cristiano Sobrinho, afirmou que acolheu a proposta com grande interesse por ser uma mais-valia, apesar de já existir o Serviço de Controlo de Tráfego Marítimo (VTS).
Garantiu que vai apresentar a questão para ser discutida pelo seu Conselho de Administração, para possível aplicação.
A Argentina exporta para Angola essencialmente produtos alimentares e industriais, enquanto que Angola leva essencialmente o café, a madeira e o petróleo.
