Angola vai promover rota turística para história do tráfico de escravo

     Turismo           
  • Cuanza Norte     Terça, 06 Dezembro De 2022    11h27  
Membros da família Tucker em visita à Comuna de Massangano
Membros da família Tucker em visita à Comuna de Massangano
Cedida

Ndalatando – Angola vai lançar um projecto para valorizar a rota turística do tráfico de escravos e juntar em festival angolanos e seus descententes na diáspora, informou, segunda-feira, em Massangano, o director do Instituto de Fomento Turístico, Afonso Vita.

O projecto, denominado, Reconstituição da Rota Turística de Escravos em Angola,  vai integrar a província de Luanda, as localidades de Massangano (Cuanza Norte), Ambriz (Bengo) , Soyo  até Mbanza Congo (Zaire), onde vai acontecer o festival (Dialaku Festival),  para encontro e reencontro de angolanos e a sua diáspora.

Afonso Vita, que falava à imprensa a propósito da visita de membros da família Tucker, descendentes de um escravo angolano transportado para os Estados Unidos da América em 1619, informou que o projecto inicia brevemente e será anual  ou bianual.

Esclareceu que a visita da família Tucker e amigos, 19 elementos,  que se encontram em Angola para conhecer a sua origem, marca o prenuncio do projecto e será a realidade a partir de agora.

Considerou que com a visita desta família, pela terceira vez, começa uma nova página naquilo que é a valorização da história e identidade cultural de Angola.

O responsável ressaltou a necessidade de se melhorar os locais e vias de acesso às áreas turíscas, a criação de condições para oferecer maior comodidade aos turistas e rentabilização.

Em relacão à cidade do Dondo, também histórica, ressaltou a necessidade de dinamizar o transporte fluvial até Massangano, que considerou uma rota turística “fabulosa”.

O governador do Cuanza Norte, Pedro Mankita, considerou a visita dos Tucker como o reencontro da família angolana.

 Referindo-se a possiveis investimentos, Pedro Mankita destacou a importância desta visita para o impulso do turismo na província e engradecimento do país e bem estar de todos os angolanos.

 Em nome da família, Wanda Tucker, afirmou que os seus integrantes sentem-se originários, membros do reino do Ndongo e que fazem parte desta terra, por isso, devem continuar a aprender a sua história.

Explicou que a vinda da família em Angola tem dois sentidos, primeiro a esperança de que os descendentes dos escravos angolanos ainda estão vivos e vão continuar a trabalhar e aprender sobre a sua origem e segundo a tragédia que ocorreu com os seus ancestrais

Disse que vai continuar a incentivar a vinda de afro-americanos para Angola para conhecerem e aprenderem a história dos seus ancestrais que foram fortes, determinados e educados.   

A visita da família Tucker faz parte do roteiro “Angola Heritage Tour”, que abrange as províncias de Luanda, Malanje e Cuanza Norte, com o objectivo de identificação de áreas de cooperação, nas terras dos seus ancestrais.

No Cuanza Norte, o grupo foi recebido em audiência pelo governador provincial e depois seguiu para a comuna de Massangano, para conhecer o local, sua história e reviver momentos do tráfico de escravo.

Massangano foi a primeira capital provisória de Angola, estabelecida por colonos portugueses.

Dentre as infra-estruturas existentes na circunscrição podemos encontrar a Igreja de Nossa Senhora da Vitória, as ruínas da Praça dos Escravos, do antigo Tribunal Português, o Túmulo do capitão-mor Paulo Dias de Novais.

Os turistas visitaram a Praça dos Escravos, a Fortaleza de Massangano, Câmara Municipal e o Tribunal.

 Esta é a terceira visita de membros da família Tucker a Angola, a primeira aconteceu  2019 e a segunda em 2021. Segundo os mentores do projecto as visitas poderão ser anuais.

Reza a história que o primeiro casal descendente da família Tucker chegou aos Estados Unidos da América em 1619, a bordo do barco White Lion (leão branco, em português), representando a presença dos primeiros africanos naquele país.

O casal teve o primeiro filho (William Tucker) em 1624, que foi o primeiro afro-americano registado e baptizado nos Estados Unidos da América.

Estima-se que existam 12 milhões de cidadãos norte-americanos de origem angolana.





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