Icolo e Bengo – O bispo da Igreja Tocoista, Dom Afonso Nunes apelou as autoridades administrativas do Estado, a envidarem esforços para requalificar a vila de Catete, sede municipal do Icolo e Bengo, com vista a atrair mais turistas em tempos de peregrinação e não só.
“Estamos aqui há três dias e podemos constatar que o turismo religioso afinal é possível cá em Catete, basta ver a quantidade de fiéis que recebeu essa remota vila mas que hoje parece uma grande cidade”, disse o líder este domingo, no final da peregrinação ao santuário de Catete, em alusão aos 88 anos da teofania de África.
Em entrevista à imprensa, o bispo reconheceu que durante os três dias (21 a 23), todos aposentos em hotéis, hospedarias e até mesmo residências de Catete foram ocupados com vários dias de antecedência, pelos fiéis vindos das 18 províncias de Angola e de países como Brasil, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália, África do Sul, entre outros.
Esta realidade foi confirmada pela reportagem da ANGOP, tendo constatado que o único hotel situado no centro da vila, com mais de 20 quartos, tinha os espaços todos pagos com um mês de antecedência, cobrando uma diária de 30 mil kwanzas.
Já um quarto em uma residência familiar, no centro da vila, apesar de apresentar poucas condições, sobretudo as de higiene, custou igualmente kz 30 mil/dia, enquanto na periferia houve senhorios que alugaram ao preço de cinco mil, em função das condições do imóvel.
Em virtude da exiguidade de quartos, centenas de peregrinos, muitos dos quais acompanhados de filhos menores, viram-se obrigados a pernoitar nas suas viaturas ou em tendas de campanhas montadas ao longo de quase todas as bermas e passeios das ruas de Catete.
Entretanto, é verdade que, tal como confirmou o bispo Tocoista, os moradores comerciantes venderam tudo o que tinham, como sejam, milho, mandioca, fuba, batata doce, legumes e hortaliças, arrecadando valores, em três dias, nunca antes vistos, segundo Joana Afonso vendedora de produtos do campo.
“Quem dera que esse evento da Igreja Tocoista se realizasse pelo menos três vezes ao ano”, desejou a munícipe para quem, se assim fosse, teriam mais receitas acumuladas.
Outra senhora, Manuela de Carvalho, vendedora de comida, na praça das barracas, manifestou-se feliz pela quantidade de pratos servidos. “Todas nós vendemos muito e bem”, disse à ANGOP, visivelmente satisfeita.
Para Dom Afonso Nunes é importante que o município seja requalificado, haja mais investimentos em termos de hotelaria e restauração, para atrair mais turistas e ajudar a arrecadar receitas para os cofres do Estado.
À propósito da requalificação, a administração municipal do Icolo e Bengo deu início a vários projectos, um doas quais lançado em Fevereiro, pelo governador provincial de Luanda, Manuel Homem, denominado “Cimento, Tijolo e Tinta”, que está a melhorar a imagem das residências com pinturas e construção de muros de quintais, jardins e passeios.
Este projecto que tem sido aplaudido por vários populares entre natos e visitantes, está a tornar a vila de Catete multicolor e a este junta-se a iluminação pública, mediante um programa chamado “Luz na minha banda”. AJQ