Ondjiva - O chefe de Departamento do Turismo na província do Cunene, Fernando Hipunhati, apontou esta segunda-feira a diversidade étnica cultural dos povos desta região como principal atracção turística.
Em declarações à ANGOP, a propósito do Dia Mundial do Turismo (27 de Setembro), referiu que a região dispõe de valores da raíz cultural e de hábitos e costumes preservados, os quais garantem a prática do turismo étnico e cultural, com particular realce no município do Curoca.
Fernando Hipunhati salientou que o Cunene dispõe de identidade única, anterior à penetração europeia, que precisa ser conhecida pela comunidade estrangeira e nacional que queira estar por dentro da história de África.
Apontou os casos de grupos etnolinguísticos (Herero, Nhanecas e Ovambos), incluindo os povos não bantus como Koisans e Vátuas, considerados como pré-bantus.
“ A composição etno-linguística do Cunene é das mais ricas do país, com os subgrupos Hereros Himbas, Muakahonas, Mundimbas que habitam exclusivamente no município do Curoca, assim como os Nhanekas Humbe como os smMungambwes, Muhumbi, Muhanda, Ovambos muvales”, ressaltou.
Apesar destes indicadores, disse que o grande desafio é tornar as zonas culturais mais atractivas, para o fomento e promoção de turismo, dada as potencialidades existentes.
Para efeito, salientou haver necessidade de maior dinamização e divulgação de informações relevantes sobre os povos, cultura e história da resistência à ocupação colonial na região.
O responsável reconheceu haver insuficiência de acções de promoção cultural na província, pelo que solicita maior envolvimento dos parceiros privados e da sociedade nessa área.
Fez saber que a região não dispõe de uma única agência de turismo, o que impossibilita a promoção do movimento turístico.
Outrossim, apontou que a falta de acessibilidade aos locais de interesse turístico, onde as vias de acesso apresentam um elevado grau de degradação e a falta alojamento, como os entraves para a dinamização turística.
Deu exemplo das Cataratas de Ruacana, Quedas do Monte Negro e Parque da Mupa, que devido às dificuldades de acesso, não são visitadas por turistas nacionais, mas por estrangeiros que utilizam a rota da Namíbia para atingir estes locais.
Indicou igualmente a Cova do Leão, maior Embondeiro de África, Vau do Pembe, Chana do Mufilo, Cacimbas da Môngua como áreas turísticas que bem aproveitadas contribuem para o alavancar o turismo que se deseja.
Para tal, realçou a necessidade das administrações locais trabalharem na melhoria das vias de acesso das grandes potencialidades turísticas da região.
O Dia Mundial do Turismo é celebrado a 27 de Setembro, desde 1980. A data foi estabelecida pela Organização Mundial do Turismo (OMT), em comemoração ao aniversário de uma década do Estatuto da Organização Mundial do Turismo, e tem como principal objectivo ressaltar a importância económica, social e cultural dessa actividade.
