Cuito - O Governo da Província do Bié e a Agência Nacional para Gestão de Angola “Anagero” trabalham a partir de hoje na identificação de potencialidades naturais nos municípios que pertencem a região “Okavango”, para atrair investidores e alavancar o ecoturismo e o agronegócio.
Na província do Bié, integram o projector “Okavango quatro municípios, nomeadamente o Cuito (capital), Camacupa, que tem como ponto ecoturístico o santuário dos hipopótamos, Chitembo (nascente do rio kwanza) e o Chinguar (Morro do Tchimbango).
Com 70 mil e 314 quilómetros quadrados, o Bié possui a maior bacia hidrográfica de Angola.
A província do Bié possui perto de um milhão e 700 mil habitantes, maioritariamente camponesa.
Tem como ponto forte a agricultura, com um solo bastante fértil, destes 66 por cento são terras aráveis, e apenas 20 por cento são aproveitados para a prática da agricultura, sobretudo a familiar.
Num encontro de cortesia com o governador em exercício, António Manual, realizado nesta sexta-feira, na cidade do Cuito, província do Bié, o presidente do Conselho de Administração da Anagero, Rui Lisboa, disse vai trabalhar com o governo desta região e as administrações municipais na protecção das fontes de água do Cubango-Okavango e, sobretudo, aproveitar as potencialidades naturais que concorrem para melhoria das condições socioeconómicas das comunidades.
Disse que o projecto Okavango”, na província do Bié, conta com o apoio da National Geographic, na protecção das torres de água e o desenvolvimento integrado da região.
Os objectivos da Anagero visam a promoção, atracão e facilitação de investimento privado, na região do “Okavango”, tendo em conta a importância em termos ecológico e ecoturismo e agro-negocio.
Segundo o director provincial do Gabinete do Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários, Jonatão Cassapi, para desencorajar a exploração desordenada da natureza, por parte dos populares, o projecto, além de preservar a fauna e flora, apoia igualmente acções que venham a estimular o aumento da produção agrícola.
O Ministério do Ambiente considera este projecto, em função dos estudos preliminares que foram realizados, vital para a conservação das duas bacias hidrográficas que transcendem o país, concretamente as bacias do Cubango Okavango e do Zambeze.
A instituição vai lançar um outro projecto sobre safar aéreo, para que os turistas possam sobrevoar a região, para desfrutar das belas paisagens e riquezas destas áreas.
A componente angolana desta área transfronteiriça da conservação Okavango-Zambeze é de 90 mil quilómetros quadrados, integrados pelos municípios do Cuito- Cuanavale, Mavinga, Rivungo, Dirico e Nagove e a parte integrante de dois parques nacionais, Luenga Luana e Mavinga.
O projecto regional Okavango/Zambeze (KASA), lançado em 1993, constitui a maior iniciativa transfronteiriça do continente africano, com 444 mil e 462 quilómetros quadrados.
Liga 36 áreas de conservação a nível de Angola, Zâmbia, Zimbabwe, Botswana e Namíbia, na região da África Austral.