Cuito - O Governo da Província do Bié quer um maior contributo da sociedade civil na promoção do turismo, por constituir numa área estratégica da diversificação da economia nacional, sobretudo desta parcela do país.
A solicitação foi manifestada hoje, na cidade do Cuito, pelo director do Gabinete da Cultura, Turismo e Juventude e Desportos, Afonso Belo Sanguvila, no acto da abertura do colóquio sobre as potencialidades turísticas do Bié e desafios actuais.
O responsável afirmou que a realização deste primeiro colóquio do turismo do Bié visa divulgar e promover as potencialidades existentes no domínio do turismo e diversas manifestações culturais desta comunidade.
Pretende ainda recolher contributos dos cidadãos para se reverter o actual quadro do turismo.
Para tal, segundo o director, dentro de dias o sector vai começar com o licenciamento, cadastro e acompanhamento dos estabelecimentos prestadores de serviços e alojamentos, restauração, agências de viagens e turismo da província, de modo que se preste um serviço de qualidade, dando conforto e maior comodidade aos utentes.
Este licenciamento deverá contar com o apoio da ANIESA, de maneira a permitir que esta área do turismo esteja reorganizada, para contribuir na arrecadação de receitas.
Por isso, Afonso Belo Sanguvila assegurou que o Governo local deverá estreitar parceria com o sector privado, de modo a facilitar o desenvolvimento socioeconómico e do aumento de mais postos de emprego.
Durante o encontro, em que participam diversos operadores do turismo, cultura e hotelaria, os participantes vão abordar temas como a descentralização e desconcentração do poder local como via de conferir maior autonomia administrativa no sector do turismo, apresentação dos relatórios provincial e municipais das acções realizadas.
Entretanto, o Governo do Bié tem vindo a criar programas atractivos, que incentivem investidores nacionais e estrangeiros a apostarem no sector do turismo, pelo facto de haver pouco investimento neste domínio.
O Bié, com perto de dois milhões de habitantes, possui mais de 50 áreas turísticas, que carecem na sua maioria de uma intervenção, quer nas áreas de acesso, quer de infra-estruturas.
Em Novembro de 2021, o Governo da Província do Bié e a Agência Nacional para Gestão de Angola (Anagero) trabalharam na identificação de potencialidades naturais, nos municípios que pertencem a região do Okavango, para atrair investidores e alavancar o ecoturismo e o agronegócio.
No Bié integram o projecto Okavango quatro municípios, nomeadamente o Cuito (capital provincial), Camacupa, que tem como ponto ecoturístico o santuário dos hipopótamos, Chitembo (nascente do rio kwanza) e o Chinguar (morro do Tchimbango).
Bié carece de instituto de hotelaria e turismo
A província do Bié, centro de Angola, carece de uma escola do curso de hotelaria e turismo, quer de nível médio quer superior, visando alterar o actual quadro do sector.
Falando no acto de abertura do colóquio sobre as potencialidades turísticas do Bié e desafios actuais, o presidente da Associação dos Hoteleiros local, Bernardo Morais, sublinhou que a formação do nível médio e superior deverá contribuir em grande medida na aposta do empresariado nacional em enveredar na restauração, turismo e hotelaria.
Bernardo Morais considerou ainda que as referidas instituições poderão ajudar não só na arrecadação de receitas, mas também na redução do desemprego e diversificação da economia.
“Bié possui potencialidades fortes e uma escola superior ou média do turismo permitiria formar jovens locais e de outras localidades do país”, apontou.
Por outro lado, considerou necessário que o Executivo continue a conferir mais apoios ao sector da hotelaria, restauração e turismo do Bié, porquanto o empresariado tem vindo a enfrentar dificuldades.
Bernardo Morais pediu ainda uma rápida intervenção na reabilitação de estradas, para facilmente atrair turistas e investidores nacionais e estrangeiros.
A Associação Hoteleira do Bié controla mais de 30 associados.
