Luanda - O Programa de Apoio ao Crédito (PAC), uma iniciativa do Governo angolano, vai facilitar o acesso ao crédito em até 41 milhões de kwanzas, por cada operador turístico, interessados em reforçar a sua tesouraria, com vista assegurar a revitalização do sector e mitigar os efeitos negativos da pandemia da Covid- 19.
De acordo com o diretor nacional do Turismo, Afonso Vita, que falava à Angop, nesta quarta-feira, os 41 milhões de kwanzas não visam cobrir situações de investimento inicial, mas melhorar os investimentos já existentes.
O responsável explicou que os 41 milhões de kwanzas serão concedidos mediante uma solicitação e posterior avaliação da equipa técnica do Ministério da Economia e Planeamento.
O valor em causa, apontou, tem como único objetivo redinamizar o sector do turismo, porquanto tem sido fustigado pela pandemia da Covid-19.
“Até ao momento, apenas 40 a 50 por cento das agências de viagens funcionam em pleno, num universo de 468 existentes”, asseverou.
Afonso Vita indica que, fruto da Covid-19, muitas empresas angolanas do sector paralisaram as suas actividades, particularmente as agências de viagens, que chegaram a despedir os seus trabalhadores, de forma compulsiva.
O cenário da pandemia, acrescentou, foi igualmente um rude golpe para o turismo internacional, pelo que levou à queda de 86 por cento de turistas e perda de 700 milhões de dólares no sector em 2020.
Lembrou que o crescimento do turismo vinha sendo contínuo até 2019, ano em que foram registados 1,5 mil milhões de turistas pelo mundo inteiro, um crescimento na ordem dos 4 por cento, relativamente a 2018.
Na sua visão, o turismo gera empresas, riqueza e cria postos de trabalho, o que resulta em arrecadação de receitas para o Estado, com o pagamento de impostos.
"Precisamos de trabalhar para atrair mais investimento no sector hoteleiro, qualificar mais os serviços, através da capacitação e personalização dos recursos humanos e de todo o pessoal que trabalha nos hotéis, bem como promover preços acessíveis", destacou Afonso Vita.
O responsável sublinhou que o sector do Turismo tem dado algum contributo para a economia, embora reconheça que muito ainda há a se fazer, para o seu desenvolvimento, como apostar no segmento hoteleiro e na restauração em todo o país, reduzindo a concentração em Luanda.
Referiu que, a par de Luanda, as províncias de Benguela e Huíla são as que concentram em quantidade e qualidade os números de hotéis e restaurantes no país, numa altura em que é intenção do Executivo promover o fomento em todo o território nacional.
“ O turismo é um sector transversal e para o seu desenvolvimento é necessário a interligação, com os sectores dos Transportes, Energia, Comércio, bem como a criação de projectos que visem a educação e a implantação da cultura do ecoturismo em Angola”, disse.