Lobito - Dezenas de excursionistas nacionais e estrangeiros, vindos de várias partes de Angola, iniciaram esta quinta-feira a primeira viagem turística ferroviária do Lobito (Benguela) ao Luau (Moxico), soube a ANGOP.
Durante quatro dias (23 a 27 de Março), os excursionistas estarão a bordo de um comboio expresso do Caminho de Ferro de Benguela (CFB), onde terão a oportunidade de apreciar o potencial turistico de um percurso de mil e 344 quilómetros, desconhecido por muitos angolanos.
Segundo, Ladislau Fortunato, membro da organização, a iniciativa foi lançada através das redes sociais, com o objectivo de promover a imagem de Angola e foi bem aceite pela população.
"Ha pessoas acima dos 50 anos de idade, que por motivos, como o conflito armado, não tiveram oportunidade de conhecer as localidades ao longo do Corredor do Lobito e este é o momento ideal para o fazer", afirmou.
Para a realização do evento, a organização conta com várias parcerias, com destaque para o CFB, os governos do Huambo e do Bié.
Ladislau Fortunato contou que a organização programou também acções de caridade, durante o percurso, como doação de roupa de fardo e material escolar a crianças necessitadas.
O ambiente da viagem é caratecrizado por expectativa, troca de impressões, música e filmes.
As pessoas estão ansiosas em tirar o máximo proveito dela, em função do interesse de cada um.
O cidadão francês Thierry, trabalhador de uma empresa petrolifera em Angola, levou a esposa e dois filhos para conhecer o leste do pais.
Disse que já esteve na região Norte e também no Sul. Logo que se apercebeu desta viagem turística, não perdeu tempo e comprou os bilhetes de passagem.
"O povo angolano é muito acolhedor e as paisagens são fantásticas", afirmou o francês entusiasmado.
Por sua vez, o empresário Victorino Marques, proprietário da fazenda Visoma, em Benguela, afirmou que foi convidado para fazer uma visita ao Bié para prospectar uma zona agrícola, com vista a produção de cereais em grande escala.
"Fala-se muito do Bié e Moxico onde precisa-se de grandes investimentos, daí o nosso interesse em constatar in loco para depois tomar as decisões que se impõem", afirmou.
Para ele, "são necessários entre dois a três mil hectares para iniciar uma produção de cerais forte".
Questionado sofre a influência do transporte ferroviário ao londo do Corredor do Lobito, afirmou ser muito mais barata em relação ao rodoviário e, por conseguinte, vai dinamizar as trocas comerciais nestas zonas.
O empresário produz, essencialmente diveros tipos de fruta e hortaliças. Actualmente aposta na produção de cereais em grande escala.
Esta experiência no Corredor do Lobito já foi realizada pelo comboio de luxo sul-africano Rovos Rail, por duas ocasiões, com turistas de várias nacionalidades.
A primeira, em 2019, partiu de Victoria Falls, Zimbabwe, até ao Lobito. O seu programa foi interrompido pela Covid-19, tendo retomado apenas em 2022.
Desta vez partiu de Dar-es-salam, Tanzania, com o mesmo destino.
Sabe-se, através da agência de viagens e turismo Kitanda, que o referido comboio já tem bilhetes reservados para mais duas viagens para Angola, sendo uma para este ano e outra para 2024.
Entretanto, o inspector de movimento do CFB, Jorge Cussecale, informou que o comboio Expresso tem previsão de chegar ao Luau às primeiras horas da manhã de sexta-feira.
A composição faz uma frequência semanal. Em condições normais, os bilhetes de passagem variam entre a primeira classe e o camarote.
Do Lobito ao Humabo, a companhia cobra 6.500 kwanzas na primeira classe e 9.500 Kz no camarote, do Lobito ao Bié, 15.350 e 18.350k, enquanto que para o Luau, no Moxico, são 21.850 e 24.88 Kz, respetivamente. TC/CRB