Benguela – O responsável da plataforma digital Hotéis Angola, Jorge Nunes, destacou, esta quinta-feira, que a oferta hoteleira já é muito diversificada, a julgar pelo tipo de unidades existentes nas principais cidades do país.
Lançada em 2011, a plataforma Hotéis Angola está vocacionada à promoção e marketing turístico do país, albergando actualmente serviços de mais de 110 unidades hoteleiras nas 18 províncias e mais de 500 pontos turísticos.
Em entrevista à ANGOP, aquele especialista em promoção turística considera que neste momento o nível de qualidade da rede hoteleira já é aceitável, sobretudo em Luanda, Benguela, Huíla, Namibe, Cuanza Sul e Malanje.
“Não vamos dizer que é muito boa, porque ainda existem vários handicaps, mas já é aceitável nas principais províncias vocacionadas para o turismo”, admite Jorge Nunes, referindo que as outras províncias, como o Huambo, Moxico, Bié e as Lundas Norte e Sul ainda continuam muito retraídas no que diz respeito ao turismo.
Quanto à província de Cabinda, reconhece que tem um imenso potencial ao nível turístico, mas lamenta que as unidades hoteleiras ainda estejam “limitadas ao sector empresarial”.
Segundo ele, a média anual da taxa de ocupação nos principais centros de procura ronda os 55 a 60 por cento, o que faz com que ainda existam muitas unidades hoteleiras que acabam por não estar 100 por cento ocupadas durante todo o ano.
No entanto, explica que Luanda é o principal centro emissor de turistas e, por isso, nos principais fins-de-semana prolongados ou nas datas especiais, as unidades hoteleiras de Benguela, Huíla, Namibe e outras províncias acabam por lotar, porque a procura é maior que a oferta.
“E quando assim é temos estes constrangimentos e atingimos os 100 por cento da taxa de ocupação a nível de todas as unidades hoteleiras”, observou, reportando que isso ocorre em quatro ou cinco fins-de-semana no ano, pois, na maior parte do ano as unidades hoteleiras estão com taxas de ocupação mais baixas.
Seja como for, Jorge Nunes notou que não existe nenhuma cidade no mundo preparada para quando os índices de procura atingem os mesmos números que Angola nessas datas especiais.
Daí defender que, a par dos hotéis e resorts, é preciso trabalhar com outro regime de alojamento, nomeadamente as pensões e residenciais, para que os clientes também optem por visitar outras zonas em vez de olharem só para estes períodos para fazer turismo.
Preços
Questionado sobre os custos de alojamento num hotel, assumiu que a perda do poder de compra faz com que os hotéis sejam caros para a maioria da população neste momento, isto porque o sector da hotelaria e do turismo continua a sofrer os problemas estruturantes da economia.
“Não temos energia eléctrica, água e outros serviços de forma estável, o que faz com que tenhamos que ter sempre as alternativas”, frisou.
Relativamente à província de Benguela, a título de exemplo, Jorge Nunes adianta que há unidades hoteleiras desde 11 mil kwanzas a 52 mil kwanzas.
“Há unidades hoteleiras que cobram mais do que isso, isto porque têm restaurante, ginásio, internet garantida, segurança, estacionamento e piscina”, notou, comparando que um apartamento T1 num aparthotel luxuoso em Benguela custa 52 mil kwanzas.
Ainda assim, a fonte pensa que para o turista que vem de fora, Angola é um país barato, enfatizando que em nenhuma parte do mundo um hotel com a estrutura do Aparthotel Mil Cidades, na cidade de Benguela, cobra 57 euros a diária.
Em sua análise, todos querem fazer turismo de luxo num hotel de três ou quatro estrelas, ao invés de optarem por um residencial. JH/CRB