Ondjiva – A taxa de ocupação hoteleira na província do Cunene situou-se na ordem dos 60 por cento, durante o primeiro trimestre do ano em curso, informou esta quarta-feira o chefe de Departamento do Turismo na região, Fernando Hipunhati.
Em declaração à ANGOP, disse que nos anos anteriores a taxa de ocupação hoteleira na província era acima dos 90 por cento, onde grande parte dos clientes eram turistas que faziam o trânsito para a Namíbia, África do sul e vice-versa.
O responsável apontou como principal razão para a queda da taxa de ocupação nos hotéis a crise económica e financeira, associada à pandemia da Covid-19, que agravou significativamente o sector na província.
Lembrou que a província do Cunene é tida como ponte de entrada e saída de nacionais e estrangeiro de Angola para outros países da SADC, via terrestre, e grande parte dos clientes dos hotéis são provenientes de Luanda, Benguela, Namibe, Namíbia e África do sul.
Sendo uma província transfronteiriça, acrescentou, Cunene tinha como maior clientes os passageiros em trânsito, mas com a redução do movimento comercial entre os dois países, também houve uma diminuição destes serviços, com o encerramento de algumas hospedarias.
Disse que grande parte da ocupação ocorreu nas grandes unidades hoteleiras, enquanto nas pequenas unidades e, em muitos casos, a taxa de ocupação foi zero por cento, obrigando o encerramento de sete hospedarias e o despedimento do pessoal.
Realçou a necessidade dos operadores apostarem mais na qualificação do pessoal, evitando contratar pessoas sem capacidade profissional no ramo.
Fernando Hipunhati disse que para reverter o quadro é necessário que o Executivo encontre um pacote de financiamento deste ramo, a exemplo da agricultura, pesca e indústria, entre outros sectores.
Sustentou que a diversidade económica deve ser interligada com o turismo, por ter um grande impacto na economia dos países e comunidades em vias de desenvolvimento.
A rede hoteleira da província é constituída por dois hotéis de quatro estrelas, com 129 quartos e 253 camas, assim como 36 hospedarias, com 318 quartos e 405 camas, contra os 494 quartos e 593 camas, devido ao encerramento das sete hospedarias.FI/LHE/AC