Turismo rural é factor chave para crescimento económico - Infotur

     Turismo           
  • Luanda     Segunda, 06 Setembro De 2021    22h39  
Director do Infotur, Afonso Vita
Director do Infotur, Afonso Vita
Cedida

Luanda - O turismo rural em Angola pode ser desenvolvido em pequena escala e tem condições para constituir-se num instrumento valioso de combate à fome e à pobreza, afirmou hoje director-geral do Instituto Nacional de Fomento do Turismo (Infotur), Afonso Vita.

Em entrevista à ANGOP, o responsável disse que para se promover o turismo rural não se precisa de grandes investimentos financeiros, na medida em que a população detentora de parcos recursos e pouca instrução escolar não foge a esta realidade.  

Neste sentido, apontou, o desenvolvimento de actividades turísticas constitui-se como factor importante para tentar, de alguma forma, dinamizar a economia de pequenas propriedades rurais e proporcionar uma melhoria na qualidade de vida da população envolvida.  

“ Uma das grandes vantagens do turismo rural é a inserção do sector informal no sistema de contribuição do crescimento económico do país, aumentando, de certo modo, o pensamento de integração, afastando a marginalização de camadas da população na vida da sociedade”, asseverou.  

Afonso Vita entende que se deve criar rotas turísticas para este segmento, com o propósito de beneficiar os pequenos comerciantes, produtores de artesanato, agricultores, vendedores de mel, aves e gado.  

Destino para turismo rural  

Podemos destacar o Aldeamento Turístico da Pasárgada, situado na zona da Barra do Dande (província do Bengo), pertencente ao Grupo Jideas, Complexo Turístico Turitanga, igualmente na zona da Barra do Dande, Hotel Rural Fazenda da Cabuta no Huambo, Vila do Dombe Grande, em Benguela, Cachoeiras do Binga na província do Kuanza-Sul. 

  Destacamos, igualmente, os roteiros organizado pelos operadores turísticos como a EcoturViagens, a Trevogel especializada e  turismo rural e de aventura que promove e organiza a rota do “Matrinde” (Cuanza Sul), turismo de natureza  e sol , promovido entre os meses de Abril e Maio.

Em Luanda temos, por exemplo, o Grupo Líder, está a desenvolver um projecto designado“Bamba Longa”, de turismo rural, inserido no Pólo Agro-industrial do Cuanza Sul.

A iniciativa permite ao turista desfrutar do contacto com a natureza, a agricultura e toda beleza paisagística, num ambiente rural de qualidade, tranquilidade e familiar.  

O responsável defende que o turismo rural pode ser desenvolvido em pequena escala e tem condições para se constituir num instrumento valioso de combate à fome e à pobreza no espaço rural.

Afonso Vita justifica esta visão, argumentando que está fortemente associado às actividades locais, como eventos culturais, produtos típicos e artesanato que garante um rendimento directo à comunidade, sendo que, a sua prossecução não requer, necessariamente, uma formação universitária. 

De modo geral, sublinhou, “temos um país abençoado por Deus, e de Cabinda ao Cunene, temos paisagens naturais raras e lindas. Mas tem que haver uma sincronização entre os vários operadores”.

Avançou que o Governo deve criar as condições básicas a nível das infra-estruturas de acesso e criar rotas específicas em zonas que apresentam forte potencial para este tipo de turismo.  

Parcerias e investimentos no sector

Segundo o gestor, o fundamental é encontrar parcerias no campo, entre os produtores rurais e outros actores, a fim de promover formas inovadoras de comercialização a partir da criação de micro-cooperativas, criação de feiras locais e de eventos sócio-culturais que divulguem e valorizem a produção local.  

Salientou que se deve apostar em financiar projectos, que possibilitem, por exemplo, às pessoas a assumir a responsabilidade social nas suas comunidades, para além de melhorar a renda e a qualidade de vida das famílias.  

Entretanto, caberá a autoridade de turismo angolano criar uma cartilha de investimento directo em zonas rurais com potencial turístico e remeter aos investidores, e em conjunto com as micro-empresas do sector informal do turismo.

Esta estratégia avançou a fonte, deve visar o desenvolvimento de códigos de conduta, de credenciamento, criação de novos produtos e serviços turísticos.  

  “Existe de facto uma demanda real para este segmento, com destaque para a camada mais jovem da população e estrangeiros residentes em Angola”, afirmou.

Os investimentos no sector do turismo, de acordo com o gestor, vem ganhando crescente interesse. Por exemplo, citou, as províncias do Cuanza Sul e de Benguela estão apostadas em desenvolver projectos que envolvem o turismo rural.  

 Impacto positivo do turismo rural 

Uma das grandes vantagens do Turismo rural é a inserção do sector informal no sistema de contribuição do crescimento económico do país, aumentando de certo modo o pensamento de integração, e não a da marginalização de camadas da população na vida da sociedade.  

São múltiplas as vantagens do turismo rural, segundo a fonte, a começar pela inserção das comunidades pobres e rurais nas actividades turísticas e nas mais-valias capazes de gerar renda para as famílias.

Por isso, acrescentou o interlocutor, devemos criar rotas turísticas para este segmento, com o propósito de beneficiar os pequenos comerciantes, produtores de artesanato, agricultores, vendedores de mel, aves e gado.

  Explicou, por outro lado, que no espaço rural são variados os recursos que podem ser introduzidos num produto turístico, incluindo produtos agrícolas, recursos paisagísticos, parques naturais e áreas protegidas, fauna, flora, rios e lagos, montanhas e vales, águas medicinais e património cultural rural.

Realçou também que o contacto do visitante com a oferta rural cria uma relação de proximidade com as famílias, importante para a auto-estima e valorização da sua cultura e saúde mental. “O turista rural vai a procura de tranquilidade, paisagem bonita, uma boa gastronomia e uma certa autenticidade com o ambiente natural. E, neste quesito, temos um país com belezas naturais lindas”. 

  Rede hoteleira e Similar do País

 Em relação a este domínio, referiu que o universo da rede hoteleira e similar do país constitui um importante vector na actividade turística nacional, sendo que durante o ano de 2019, estiveram em funcionamento mais de sete mil unidades hoteleiras, restaurantes e similares e agências de viagens de interesse turístico, o que representa uma grande significância para o desenvolvimento do turismo, correspondente a um decréscimo de 7,8%, ou seja, menos 604 unidades em comparação ao ano de 2018.  

 Este decréscimo, explicou, deveu-se à redução em 14,4% do segmento de restauração e similar, que mudaram de actividades, por tipo de unidades, os restaurantes e similares com 68,9% e outros meios de alojamento 21,5%, representaram as maiores proporções em termos da rede hoteleira e similar no ano de 2019.  

Entretanto, as províncias de Luanda com 39,5%, Benguela 21,6% e Huíla 10,6% representaram as maiores proporções da rede hoteleira do país no ano de 2019.  

Em termos de quartos nos hotéis e outros meios de alojamento em 2019, o país registou mais de 27 mil quartos, representando uma variação positiva de 8% em comparação com o ano de 2018.  

Disse que esses indicadores são igualmente estratégicos para as economias, tanto pela importante contribuição para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), como pela contribuição para as exportações e para a Balança de Pagamento.

Frisou também que o turismo também favorece as trocas interculturais e as amizades, facto que reveste de uma importância extraordinária como contributo para melhorar a concorrência internacional e para reforçar a paz entre as nações.  

“Angola dispõe de oportunidades claras de crescimento, principalmente no que toca aos recursos naturais disponíveis e associados a uma exploração consciente e adequada dos mesmos”, disse.  

Na sua óptica, não obstante a volatilidade que a economia nacional vai apresentando nos últimos anos, o sector do turismo consolida-se como importante actividade económica para a geração de emprego, o desenvolvimento social, investimentos em infra-estruturas, sustentabilidade e modelagem do ambiente competitivo.  

Os empreendimentos turísticos do país alojaram mais 2,9 milhões de hóspedes no bieno 2018 - 2019. O número de dormidas associadas às deslocações turísticas atingiu a cifra de mais 5,2 milhões de dormidas.  

 No que diz respeito à repartição por origem, os angolanos residentes com o peso de 51,9% representaram a maior proporção do total das dormidas no biénio, seguidos dos hóspedes estrangeiros com 33,4% por tipo de unidades. Outros meios de alojamento turísticos com 55,7% foram os mais utilizados pelos hóspedes em comparação com os hotéis.

A permanência média dos hóspedes em todas as unidades de alojamento no biénio, situou-se em 2,7 noites. Por origem os estrangeiros com 1,6 noites destacaram-se em primeiro lugar seguidos pelos angolanos residentes com 2. 

 Relativamente à taxa média de ocupação de quartos em todas as unidades de alojamento, situou-se em 61,1% no ano de 2018 e 54,8% em 2019, representando uma variação negativa no ano de 2019 de 6,3% comparativamente ao ano de 2018.  

 Em termos de dormidas de hóspedes por província em todos empreendimentos turísticos, a Província de Luanda com 33,9% destacou-se em primeiro lugar, seguida das de Benguela e da Huíla com 14,9 e 9,2%, respectivamente.  

Quanto às receitas por tipo de unidades, o peso dos hóspedes nacionais em todos empreendimentos turísticos do país, no quadro do turismo interno, proporcionou ao sector privado mais de 340 mil milhões de kwanzas (Kz) no ano 2018 a 2019.  

 Neste período, os hotéis com 39,3% e os restaurantes e similares com 27,2% representaram as maiores proporções na arrecadação das receitas.

Em termos de variações, o ano de 2019, apresentou uma variação positiva de 41,9 ou seja mais de Kz 58 mil milhões comparativamente ao ano de 2018. 

 A repartição de gastos turísticos por unidade de alojamento, durante o referido ano, situou-se em mais de Kz 176 mil milhões, representando um peso 51,9% do total das receitas do biénio 2018-2019.  

Postos de empregos

  

 Tendo em conta a conjuntura económica e social que o país atravessa nos últimos seis anos, o sector empregou pelo menos 215 mil trabalhadores, representando uma variação positiva de 0,94% ou seja mais 2003 novos empregos comparativamente ao ano de 2018. 

 Em termos de repartição de empregos por tipo de unidades, os restaurantes e similares com 25,7% e os hotéis com 24,9% a apresentaram as maiores proporções do emprego em 2019.  

Durante o período em análise, 2019, funcionaram mais de sete mil unidades hoteleiras, bem como restaurantes, similares e agências de viagens de interesse turístico, o que corresponde a um decréscimo de 7,8%, ou seja, menos 604 unidades em comparação ao ano de 2018. 





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