Huambo – O segundo grupo de turistas estrangeiros, em visita a Angola, manifestou hoje, terça-feira, o interesse de investir no sector agrícola da província do Huambo, face às inúmeras potencialidades que dispõe.
O interesse foi manifestado pelo coordenador da comitiva, composta por 25 turistas provenientes sul-africanos, dinamarqueses italianos, alemãs e ingleses, Nicolas Southens.
O responsável falava à imprensa, no último da visita de dois dias a esta região do Planalto Central, a bordos de um comboio de luxo do operador sul-africano Rovos Rail, no âmbito do intercâmbio cultural.
Nicholas Southens disse que a delegação ficou impressionada com as potencialidades agrícolas que a província do Huambo dispõe, com vastas áreas agricultáveis e excelente bacia hidrográfica, enquanto factores fundamentais para o desenvolvimento da actividade dessa importante actividade.
Estes recursos, segundo o turista, interessaram os viajantes que pretendem estabelecer, no futuro, parcerias com o empresariado local, com objectivo de desenvolver a agricultura local.
Afirmou tratar-se de um sector decisivo para o desenvolvimento de qualquer economia, pois proporciona emprego, promove a produção local e permite diversificar as fontes de receitas para os Estados, através da exportação.
Acrescentou que, em caso de materialização deste propósito, os turistas têm como preferência a produção do milho.
Infra-estruturas agrícolas
Três silos de conservação de cereais, construídos há nove anos nas proximidades do Caminho-de-Ferro de Benguela, no município da Caála, província do Huambo, com sistemas de maquinarias que calculam a temperatura apropriada de conservação, permitindo a preservação dos produtos, por um longo período de tempo, sem qualquer prejuízo, aguardam pela gestão privada, com objectivo de responder às necessidades das famílias camponesas e dos agricultores empresário
Segundo apurou a ANGOP, as autoridades do município aguardam, neste momento, por um instrutivo do Ministério da Agricultura e Pescas para iniciar o concurso público de concessão a privados, da gestão e exploração dos três silos de conservação de milho, construídos em 2013, mas que nunca funcionaram, por diversas razões.
Para além destas infra-estruturas, a província do Huambo, possui grémios de milho, nos municípios do Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Huambo, Caála, Longonjo, Ucuma e Chinjenje, em completo estado de abandono, nas proximidades do Caminho-de-Ferro de Benguela.
Destes, destaca-se o do município da Caála, com uma capacidade de armazenamento de cinco mil 580 toneladas de cereais.
O imóvel, construído no período colonial, conta com 18 células de armazenamento, de 250 toneladas cada, e outras 12, que suportam 90 toneladas, que armazenavam a produção de milho das províncias do Huambo e da Huíla, o que fez da Caála a “Rainha do Milho de Angola”.
À época, era abastecido de cereais 12 vezes por ano, em particular o milho, para ser comercializado em São Tome e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Macau e outras ex-colónias portuguesas, para garantir a sustentabilidade da vida económica da região.
Proveniente da província de Benguela, a comitiva segue viagem para o Bié e Moxico, com destino à República da Tanzânia.
Nesta região do Planalto Central, os integrantes visitaram a praça Doutor António Agostinho Neto, junto ao Palácio do Governo, o Jardim da Cultura, a Paróquia de Nossa Senhora Imaculada da Conceição (Sé-catedral), a zona de tanques de guerras e a Fábrica de cerveja Cuca-Nocebo.
Trata-se da segunda visita de turistas estrangeiros, este mês, e a terceira por via do Caminho-de-Ferro de Benguela, desde 2019.
A província vai ainda receber mais duas outras delegações, isto é, no próximo dia 31 de Julho e 05 de Agosto, que vai igualmente visitar as províncias do Moxico e Bié, com destino à cidade do Lobito, em Benguela.